Albergue: um espaço com jeito de lar

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Você precisa seguir regras em casa? Aqueles que frequentam o Albergue Municipal também devem respeitar normativas para permanecerem no espaço, inaugurado em agosto de 2017. Localizado em uma residência na rua Júlio de Castilhos, o abrigo já foi ‘casa’ para cerca de 200 pessoas desde a retomada do funcionamento pela atual Administração. Hoje, de acordo com o secretário de Habitação e Desenvolvimento Social, José Arnildo Camara, estão frequentando o ambiente em média sete pessoas diariamente.

No entanto, um dos maiores impasses para levar os moradores de rua, principalmente no inverno, para o abrigo, está nas reivindicações feitas para ter acesso à casa. “Como cobramos organização e pedimos que eles sigam algumas regras, eles preferem permanecer na rua”, comenta. Aquele que pretender frequentar o local, lembra o secretário, precisam estar no espaço até as 20h e permanecer até as 7h, quando o albergue é fechado pela manhã. “Não é permitido chegar bêbado, nem beber ou fumar na casa, além de ser cobrada uma frequência”, complementa.

Os moradores que usam o albergue, à noite, são encaminhados pela equipe da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social para atendimento inicial no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município. Somente depois, são encaminhado ao abrigo. “Nesse procedimento eles recebem uma orientação e devem retornar ao Cras no período de cinco a 15 dias para uma reavaliação”, explica o secretário. Se acontecer do morador faltar uma noite no abrigo, de acordo com Camara, não é necessário realizar novamente o atendimento no Cras, mas explicar o motivo da falta ao coordenador do Albergue, Darcy dos Santos.

ESTRUTURA
O Albergue Municipal abre no turno da noite, das 19h às 7h. Possui quartos separados para homem e mulher, banheiros, sala de jantar e cozinha. “É uma casa familiar, onde cada pessoa tem o seu lugarzinho”, diz o secretário. Todos as noites, os moradores recebem jantar e, pela manhã, café. Eles também têm à disposição itens para a higiene pessoal e, se necessário, roupas arrecadadas a partir de campanhas.

O local possui apenas um funcionário, que é também o coordenador do abrigo. “Contamos com os voluntários que nos auxiliam nesse serviço. Muitas pessoas se colocam à disposição para ajudar”, diz Camara. As refeições são preparadas por Darcy com ajuda da esposa, Sulverina, também voluntária. “Os pratos, talheres e também a organização do lugar onde dormem é feita pelos usuários”, conta Santos. O jantar tem, todos os dias, arroz, feijão, saladas e complementos, que podem variar entre massa, batata doce ou inglesa e aipim.
O gestor da pasta ressalta que as despesas mensais ficam entre R$ 7 mil e R$ 8 mil, incluindo água, luz, aluguel do imóvel, custeio da alimentação e funcionário. Levando em conta a estimativa os gastos com o albergue, desde agosto de 2017, já ultrapassam R$ 150 mil.

“O albergue é para cuidar de pessoas que estão com dificuldades, não têm onde ir ou estão desamparadas.”

JOSÉ ARNILDO CAMARA
Secretário de Habitação e Desenvolvimento Social

DIFERENTES MORADORES

1 Muito mais que atender os moradores de rua, o Albergue Municipal também é lar temporário para familiares de pessoas que estão internadas no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) de Venâncio Aires.

2 Além disso, em outras situações, como explica Arnildo Camara, é também um local para aquelas pessoas que realizam atendimentos ou procedimentos médicos em outros municípios. “Às vezes eles precisam sair cedo ou, quando chegam, não conseguem mais ir embora em função do horário do ônibus e acabam pernoitando no albergue”, diz.

3 Nesses casos, por exemplo, não é necessário passar por um atendimento no Cras, mas é preciso informar a situação ao responsável pelo local. “Existem situações, que não estão ligadas à saúde, que as pessoas precisam ou passar pela Brigada Militar ou pela Polícia Civil para verificar a situação. Afinal, oferecemos segurança aos usuários”, enfatiza.

SAIBA MAIS

• Ações: O secretário de Habitação e Desenvolvimento Social, José Arnildo Camara, salienta que são realizadas conversas com os moradores de rua que circulam pela secretaria ou pelas ruas de Venâncio Aires, buscando orientar para que eles busquem abrigo no local à noite. No entanto, muitos argumentam que preferem ficar na rua, onde podem chegar a hora que quiserem e não existem regras. “Nunca deixamos de oferecer para todos, desde que cumpram as regras”, diz.

• Recuperação: O secretário e o coordenador do espaço comemoram que alguns dos frequentadores do albergue estão se recuperando e buscando avançar. “Dois deles voltaram a estudar e recentemente um começou a trabalhar”, relata Darcy dos Santos. Arnildo Camara completa dizendo que, “no momento que eles conseguirem caminhar com as próprias pernas, vão buscar um novo local para morar”. “Quem quer crescer junto com a gente, vamos dar todo o apoio”, salienta.

    

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