O acidente registrado por volta das 11h45min do sábado, 13, sobre a ponte do arroio Boa Vista, na BR-386, em Estrela – e que causou a morte do motorista Anderson Barbosa, 36 anos -, teve reflexos diretos no trânsito da região. Por causa da explosão da carreta bitrem que ele dirigia, que estava carregada com óleo diesel, a estrutura da ponte foi comprometida e ela precisará ser reconstruída. A ponte da outra pista, no sentido interior/capital, também sofreu avarias, mas hoje deve ser liberada para veículos de pequeno porte e em dez dias, para veículos pesados.
O acidente foi filmado por uma pessoa que estava com um grupo de amigos, se preparando para pescar. As imagens mostram a carreta já descontrolada e o barulho quando sua parte frontal atinge a guarda da ponte, do lado direito em que seguia (Estrela/Lajeado). Na sequência ela vai para o outro lado e se escuta um estouro, seguido da explosão. As chamas surgem rapidamente, em meio a uma fumaça preta. O motorista, morador do município de Coronel Barros, no noroeste do Estado, morreu no local.
Por conta da explosão e do fogo, as duas pistas da BR-386 foram totalmente interrompidas. De acordo com o presidente do consórcio CCR ViaSul, Fausto Camilotti, é provável que hoje a ponte da pista no sentido Lajeado/Estrela seja liberada para veículos de pequeno porte. “Vamos fazer alguns ajustes e pretendemos liberá-la também para veículos pesados em um prazo de dez dias”, disse.
Isso permitirá que haja fluxo nos dois sentidos. O trânsito no sentido Lajeado/Estrela será desviado para a pista contrária, permitindo a passagem de um veículo por cada pista, sobre a ponte.
Já a ponte onde aconteceu o acidente está interditada. Camilotti disse que a explosão comprometeu a estrutura da ponte e ela precisa ser reconstruída. Ele estima que a nova ponte esteja liberada para o tráfego em seis meses.
Desvio por Venâncio
Com a interdição da ponte para veículos pesados – veículos leves podem fazer um desvio por uma estrada de chão, em Estrela – a RSC 287 e a RSC-453 passaram a ser as principais rotas alternativas. Quem vem de Porto Alegre pela BR-386 e quer seguir em direção a Lajeado, é orientado a ingressar na RSC-287, em Tabaí. O motorista segue até o trevo de Venâncio, ingressa na RSC-453 e vai até Lajeado, onde retoma a viagem pela BR-386. O mesmo trajeto é feito por quem faz o caminho inverso.
Essa mudança de rota já é sentida por quem circula pelas duas principais rodovias da região. Na RSC-453, no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) de Cruzeiro do Sul, o movimento de veículos pesados quase dobrou. “São caminhões que não passavam por aqui. Muitos saem da região de Passo Fundo para ir até Porto Alegre e agora, com a interrupção, passam por aqui”, observa o sargento Ederson Barbosa.
O comandante do grupamento rodoviário salienta que a maioria dos caminhões e carretas transporta gasolina e óleo diesel. “Normalmente passam de três a cinco veículos por minuto aqui. Agora estão passando cerca de sete a oito por minuto”, observou Barbosa. Segundo ele, o desvio aumenta o trajeto em quase 70 quilômetros.
Mariante como rota
Ontem à tarde, o Vereador César Garcia (PDT) concedeu entrevista à Folha do Mate e falou das alterações que o acidente na BR-386, em Estrela, causou para os moradores de Vila Mariante e arredores. O empresário se mostrou apreensivo, pois a informação é de que a nova ponte deva estar pronta em meio ano. “E até lá, como é que vai funcionar”, questionou Garcia.
A preocupação dele é com o intenso tráfego de veículos pesados que passam e passarão pela ERS-130. O vereador não se refere à quantidade de veículos mas sim, aos caminhões com peso e dimensões acima do permitido para a rodovia. “O asfalto já está ruim e certamente vai ficar pior”, observou.
Mas com intuito de auxiliar, já que uma solução paleativa para retomar o tráfego na BR-386 pode ficar pronta em dez dias, ele e alguns moradores de Vila Mariante confeccionaram placas indicando o caminho que os motoristas devem seguir, para chegar até Cruzeiro do Sul e depois ingressar em Lajeado e seguir viagem, desviando do trecho interrompido. “Fizemos placas com chapas de madeira e spray”, explicou.
Quem prefere fazer este trajeto ao invés de seguir pela RSC-287 e depois ingressar na RSC-453, vai até Cruzeiro do Sul por uma estrada de chão.