As tardes de segundas-feiras é denominada como um hobby para as vizinhas (Foto Eduarda Wenzel)
As tardes de segundas-feiras é denominada como um hobby para as vizinhas (Foto Eduarda Wenzel)

Toda segunda-feira, Maria Adair Müller, 68 anos, mais conhecida por Daia, recebe visitas especiais: suas vizinhas e amigas. Faz mais de 15 anos que o encontro virou rotina. Tudo começou quando a filha da anfitriã passou por um câncer e as vizinhas se uniram para ajudar Daia a fazer pastéis para vender.

Atualmente, todas são aposentadas e vão até o local para conversar, tomar chimarrão e produzir os salgados, comercializados por Daia. “Elas ajudam de livre e espontânea vontade e gostam de vir. Às vezes, fizemos um chá junto. Tenho sempre um lanche e assim são nossas segundas”, conta.

De acordo com Daia, o grupo é como uma segunda família. “Se temos um problema, alguém doente na família ou qualquer coisa, recorremos umas às outras”, afirma Daia. Assim como as aposentadas, as filhas também acabaram criando amizades. “Se tem aniversário de uma neta minha, todas são convidadas e se tem do lado delas, também.”

Ao todo, oito vizinhas se reúnem na casa de Daia, que mora ao lado do Estádio Edmundo Feix, na rua Jacob Becker. Entre elas está Maria de Lurdes Bencke, 62 anos, a Neca, que é amiga de Daia há 41 anos. Para ela, os encontros são um momento de descontração entre as amigas.

Registro da Bodas de Ouro de Daia e do marido Valmor, com as vizinhas que se encontram todas as segundas na casa de Daia (Foto: Arquivo pessoal)

“Nós conversamos, fofocamos, desabafamos, choramos e nos divertimos juntas”, diz Maria de Lurdes. Ela observa, porém, as lembranças do grupo não são só as boas. “Já passamos por alguns alagamentos juntas, pois quando chove entra água nas casas. E como em todas as situações, nos ajudamos”, destaca.

Troca de favores

As tardes de segunda-feira não são levadas como um trabalho, para as vizinhas, mas sim como o encontro das amigas. “Eu venho, ajudo a Daia e quando ganho uma visita eu ligo e peço para ela fritar uns pastéis, é uma troca”, conta Maria de Lurdes Bencke. Ela destaca a união do grupo. “Se tem um aniversário, todas vão. E mesmo que não tenha festa vamos na casa da aniversariante para tomar um chimarrão.”