A falta de água nas torneiras das residências gerou reflexos dos mais diversos em Venâncio Aires no dia de ontem. Em restaurante visitado pela Folha do Mate, houve incremento de cerca de 40% no movimento, na comparação com um dia considerado normal. O crescimento no número de clientes do Mr. Fit Venâncio Aires esteve relacionado diretamente à crise hídrica, já que, segundo Marcelo Fonseca, proprietário do estabelecimento comercial, outros restaurantes não abriram pela falta de reservatórios de água.
Outro restaurante – o Skinão -, restringiu o uso de copos de vidro no dia de ontem. Principalmente o cafezinho pôde ser servido apenas em copos de plástico ou isopor. A água para lavar os utensílios foi obtida com conhecidos, no interior de Venâncio Aires, informa o proprietário Jairo André Jungken. De Vila Santa Emília chegaram as principais bombonas usadas. Além disso, o uso do banheiro ficou restrito a clientes.
Salões de beleza
Outros estabelecimentos comerciais que também sofreram com a falta de água foram os salões de beleza. O cabeleireiro Lucas Ferreira destacou que 30% dos cortes precisaram ser transferidos e outros 30% tiveram atendimento parcial. “Quem aceitou lavar o cabelo a seco, consegui atender”, explicou o profissional.
Água pra que te quero!
Uma das principais distribuidoras de água de Venâncio Aires, na Hélio Águas o movimento foi quatro vezes maior do que no mesmo período da semana passada. Eram tanto empresas, quanto residências acionando os serviços do estabelecimento. Lídia Heck informou que as entregas foram tão intensas ontem que a equipe ficou sem almoçar. Todos os veículos da empresa ficaram exclusivamente voltados às encomendas. No estabelecimento comercial, nem mesmo a bateria do telefone sem fio aguentou tantos telefonemas.
Solidariedade no momento de crise
Os momentos de crise e dificuldades são oportunos para o afloramento da solidariedade. Um dos belos exemplos partiu do empresário Rodrigo Flores. Ele, que possui no bairro Cruzeiro um posto de lavagem, abriu as torneiras também para a comunidade. Por ter poço artesiano, com análise regular junto à Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), permitiu que a população abastecesse suas bombonas, indiferente de ser ou não cliente.
Quem aproveitou para garantir o abastecimento básico para sua residência foi o auxiliar de motorista André Luís Ribeiro, de 27 anos, que reside no bairro Brígida. Ele encheu pelo menos seis bombonas. “Essa ajuda foi fundamental para garantir o básico”, disse Ribeiro.
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