Mais do que um meio para informar a população sobre assuntos relevantes do município, o jornal é também uma ferramenta de conhecimento. Na sala de aula, auxilia os professores desde a Educação Infantil – quando ainda é utilizado somente para colagens e manuseio para o desenvolvimento da motricidade fina –, até os anos finais, quando propõe a compreensão de textos e diferenciação dos gêneros textuais.
A professora Mani Lusani Kretschmer, 59 anos, atualmente leciona na Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Linha Travessa. No entanto, o jornal faz parte da sua rotina desde o início da profissão. “Podemos utilizar o jornal desde as séries iniciais até finais. Ele contribui muito para o processo de aprendizado”, destaca.
Neste ano, Mani leciona numa turma multisseriada de 1º e 3º ano. A educadora utiliza o jornal quando fala sobre a questão da previsão do tempo e também utiliza reportagens, anúncios e charges para instigar a reconhecer as formas de abordagens. “Esses exercícios são ótimos para desenvolver a interpretação e compreensão de cada gênero”, explica.
Ela afirma que a leitura é trabalhada com alunos dos anos finais, mas que também é possível utilizar o jornal para outras atividades. “Eu uso quando trabalho a questão da previsão do tempo e muito a charge, para que compreendam outras formas de informação. É uma opção de mostrar para eles os recursos textuais e explorar outros tipos de textos que não literatura”, diz. “A própria leitura diária do jornal, que os professores fazem, também é uma rica forma de utilização”, considera.
Folha desenvolve projetos Folheando e Pé da Letra
Para os estudantes do Ensino Fundamental de séries iniciais e finais, a Folha do Mate atua com projetos que buscam estimular leitura e a utilização do jornal como ferramenta pedagógica. Já são 11 anos de Folheando, projeto no qual estudantes aprendem o ciclo de produção do jornal, recebem o periódico gratuitamente e conhecem o meio de comunicação e suas plataformas de informação.
O projeto ocorre por meio de oficinas, palestras, produções, visitas de estudos e interação com o jornal, e possibilita que estudantes produzam matérias e fotos para um caderno veiculado a todos os assinantes da Folha do Mate. Até este ano, foram 11 mil estudantes envolvidos de forma indireta e, diretamente, 1,3 mil alunos, além de 900 professores das redes estadual, municipal e particular de ensino.
Para os estudantes das séries iniciais, até 4º ano, a Folha do Mate leva a proposta do projeto Pé da Letra, que, por meio de parcerias, apresenta o jornal e seu funcionamento às crianças.
“A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) coloca a importância de se trabalhar em sala de aula com os meios de comunicação. Desenvolver o hábito da leitura não se refere apenas à leitura dos livros de literatura e didáticos, mas a uma leitura atual e do contexto da realidade do aluno, pelo jornal. Além disso, a Folha do Mate realiza um trabalho importante de divulgação de dados sobre a comunidade. Acredito que 90%” do trabalho de resgate histórico do município é da Folha do Mate.”
Alice Theis
Coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação