A sugestão de tentativa de municipalização da VRS-816, no trecho entre o Grão-Pará e o trevo de acesso a Linha Travessa e Vila Palanque, na RSC-453, voltou a repercutir na sessão da Câmara de segunda-feira, 9. Uma Moção de Apelo, de autoria do vereador Claudio Weschenfelder (PDT), foi aprovada por unanimidade, mas alguns parlamentares fizeram ponderações acerca do tema. O autor da proposta garante que seguirá as tratativas, uma vez que tem o aval do prefeito Jarbas da Rosa (PDT) em relação à iniciativa.
André Kaufmann (PDT) disse que a iniciativa é “louvável”, mas entende que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) deveria fazer o recapeamento do trecho antes de o Município assumir a rodovia. “Temos que cobrar a responsabilidade do Estado, para que entregue a 816 em condições, aí sim assumimos. Se o Município quiser, pode ter certeza que o Daer vai dizer ‘assume Venâncio Aires, é de vocês esta bomba’”, declarou.
Renato Gollmann (PTB) se diz preocupado com a precariedade da estrada e defende que os usuários merecem uma rodovia em melhores condições. “Eu era secretário e ligava mensalmente para o Daer, na tentativa de conseguir uma operação tapa-buracos. Imploramos por um capeamento geral, afirmando que, depois disso, a gente assumia, mas jamais fomos atendidos”, argumentou. Para ele, “fica difícil tu comprar uma casa pegando fogo. Não adianta abraçar, dizer que é nossa e deixar como está. Tem que capear, senão vamos perder a base, e o pepino é maior ainda. O Estado tem compromisso”, frisou.
Elígio Weschelfelder, o Muchila (PSB) afirmou que desde a campanha para vereador defende a municipalização da VRS-816 até Vila Palanque. “Tentei levantar esta questão, mas me disseram que era para calmar, porque Município queria conseguir com o Daer um recapeamento”, declarou. Muchila acredita que o Município não pegar a rodovia como está, não vai pegar nunca. “Tem que municipalizar e, depois, ir em busca de recursos junto aos deputados. Caso contrário, vamos lamentar mortes neste trecho. Precisamos parar de empurrar o problema para baixo do tapete, pois o Daer é uma autarquia quebrada”, comentou.
César Garcia (PDT) lembrou que Vila Mariante, distrito onde reside, tem problema semelhante com a ERS-130. “A gente sonha em fazer um recapeamento, mas sabemos que é difícil fazer obra desta magnitude”, admitiu, para em seguida acrescentar: “O Estado vai recuperar a rodovia e entregar para o Município? A gente não consegue sequer um tapa-buracos. Devemos pegar sim, mesmo que seja uma bomba, e buscar recursos para as melhorias”.
Gerson Ruppenthal (PDT) acredita que é necessário “esgotar todos os recursos junto ao Governo do Estado, no sentido de melhorias para a 816, antes de o Município assumiu o trecho de cerca de seis quilômetros. “Acho que estamos pulando uma etapa. Deveríamos, primeiro, queimar todas as nossas fichas, trazer o pessoal do Daer e ver o que tem chance de acontecer. Se o Município quiser, o Daer vai dizer ‘pode pegar, é de vocês’. A entrega em condições, embora seja difícil, é o melhor”, relatou o parlamentar.
Sandra Wagner (PSB) concorda que, antes da municipalização é preciso “esgotar as fichas”. Ele defende uma pressão junto ao Governo do Estado. “Não no Daer, que tem só R$ 12 milhões de orçamento, o que não é nada. Que o Estado faça o recapeamento, senão a base se perde. Assim como se fez no Acesso Leopoldina e hoje temos uma estrada de qualidade”, argumentou.
Tiago Quintana (PDT) disse que objetivo da moção foi alcançado, que é levantar a pauta. “Temos um problema, e ele é nosso. O Daer está se lixando. Foi assim com a 422, com Sapé, Santa Emília e Acesso Leopoldina. Concordo que quando for encaminhar a municipalização é preciso barganhar alguma coisa”, declarou. Ele também sugeriu que o Estado tente mobilizar empresas parceiras para obras de infraestrutura, com a contrapartida de abatimento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Tenho certeza que todos os vereadores recebem ligações, frequentemente, sobre esta demanda. Se recapear logo, garantimos a base por mais 30 anos”, finalizou.
Rapidinhas
• Proprietários de estabelecimentos comerciais que costumam manter as portas abertas durante a madrugada e produtores de eventos se mobilizam pelo anúncio de flexibilizações relativas a horários e número de frequentadores. As categorias são as mais prejudicadas pela pandemia do novo coronavírus e não aguentam mais mandar os clientes embora em virtude do horário máximo permitido para funcionamento. Ontem, teve reunião na Prefeitura, que busca uma forma de apoio.
• Grêmio sofreu para vencer a lanterna Chapecoense, por 2 a 1, na Arena, em Porto Alegre, na segunda-feira, 9, pelo Campeonato Brasileiro. O próximo compromisso é contra o São Paulo, no Morumbi, neste sábado, 14, às 21h. Os paulistas disputam as quartas de final da Libertadores contra o Palmeiras, o que pode fazer com que Crespo escale um time misto no nacional. Enfim, segue a luta contra o rebaixamento.