Osvaldo Aranha: a rua do xis do Ilgo e do cachorro-quente do Cisso

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Dizem que só é venâncio-airense de verdade quem já comeu um xis do Ilgo. O Cachorrão do Magrão ou Ilgo, está há cerca de 44 anos no centro de Venâncio Aires. A sócia-proprietária Maria Luiza Ruppenthal acredita que o reconhecimento dos clientes se deve ao cuidado que ela e o marido sempre tiveram nos atendimentos. “Quando alguém vira nosso cliente, também vira nossa família e isso nós demonstramos para eles”, comenta.

São décadas de histórias vivenciadas através do trabalho. Claro que nem todas lembranças são boas, pois a lancheria já sofreu dois incêndios. “Não sabemos o motivo deles, porque não tínhamos seguro. Era triste chegar e ver tudo queimado, mas tivemos força para reconstruir e continuar batalhando”, conta.

Luiza, porém, prefere colecionar os bons momentos, como as diversas amizades que fez. “Temos famílias que já estão vindo com a quarta geração. Por exemplo o casal vinha aqui quando namorava e agora já trazem os netos e bisnetos. São muitas amizades construídas ao longos desses anos”

A lancheria também ficou conhecida por ficar aberta durante a madrugada. “Agora não atendemos mais até tarde. Mas já tiveram vezes que eu saia de manhã e a cozinheira do meio-dia estava chegando. Eu ia para casa, tomava banho, dormia umas duas horas e voltava”, relembra. Também conta que muitas pessoas costumavam sair da balada e passar no local para lanchar. “As pessoas ainda estão se acostumando que agora ficamos só até umas 3 horas da manhã.”

EVOLUÇÃO

Luiza lembra que, quando a família começou com o Cachorrão do Magrão, a Osvaldo Aranha ainda era estrada de chão batido. Mais tarde, eles viram a rua ganhando paralelepípedo e o asfalto. “Tinha algumas lojas como Coreletro, nós, um bazar, um banco, casas e terrenos vazios. Acompanhei toda a transformação do centro.”

O casal pretende se aposentar daqui uns anos. “Tenho uma filha de 17 anos para formar ainda, depois posso parar”, diz a mulher. Ela não sabe se algum filho vai querer continuar com o negócio aqui, mas, neste ano, um deles abriu um filial da lancheria em Goiânia. “Criei meus seis filhos trabalhando aqui, se algum deles quiser tocar o Cachorrão vou ensinar. Se não quiser, vou entender.”


“Eu vou para casa só para dormir. Aqui é minha casa, minha vida”

MARIA LUIZA RUPPENTHAL – Sócia-proprietária do Cachorrão do Magrão


Food truck do Cisso: um ponto de encontro na madrugada

Food Truck do Cisso atende apenas no turno da noite.(Foto: Eduarda Wenzel/Folha do Mate)

Há 17 anos, Tarcisio Weschenfelder, mais conhecido como Cisso, comprou uma towner para começar a vender cachorro-quente. Sempre trabalhou no mesmo ponto, na Osvaldo Aranha, em frente à Loja Certel. O desejo sempre foi ter um food truck, mas a legislação era complicada. Quando conseguiu a licença, começou a planejar seu novo ambiente de trabalho que inaugurou em fevereiro 2018. Cisso avalia a inovação como um grande investimento. “O movimento triplicou, passamos de um cardápio com três lanches para um com 25”, comenta.

De acordo com Cisso, com as histórias que viu e participou, durante os anos de trabalho, ele garante que poderia escrever vários livros. “Trabalhando na noite, vemos de tudo, mas eu não troco a noite pelo dia”, afirma.

No fim de semana, o Food Truck fica aberto até a madrugada. “Viramos as noites em sextas e sábados. É o ponto de encontro depois da balada. Por isso, ficamos sabendo tudo que aconteceu nas festas”, diz.


“Acabamos criando um vínculo familiar com os clientes.”

TARCISIO WESCHENFELDER – Proprietário


Ele também observa que já impediu que algumas lojas fossem arrombadas durante a madrugada, que já viu brigas, namoros e até casamentos se formando ali. “Sei que tem gente casada até hoje, que se conheceu ali .”

Cisso ainda comenta que foram conquistados clientes de todas as idades. “Tem pais que traziam os filhos aqui e agora já vêm com os netos.” Uma história em especial o marcou muito. “Lembro de um cliente que conta que uma vez veio comprar um cachorro-quente para a filha e nós não estávamos, dai pegou em outro lugar. Chegou em casa e a filha não comeu porque percebeu que não era nosso.”

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