Com perfil predominantemente comercial, a rua Osvaldo Aranha é a área mais valorizada de Venâncio Aires. Segundo o corretor de imóveis Alberto Kappel, o valor do metro quadrado para venda chega a R$ 3,2 mil, no trecho entre a quadra do Banrisul e o Centro Comercial Aparecida – considerado a área nobre da rua. O aluguel de salas varia de R$ 3 mil a R$ 18 mil, de acordo com o tamanho e a localização do imóvel.
“Acompanhando o fluxo bancário, com a instalação do Banrisul, na Osvaldo Aranha, a rua se desenvolveu e os estabelecimentos começaram a ‘subir’ nos últimos anos, até encaixar no Acesso Leopoldina”, analisa Kappel, cuja imobiliária também está localizada na rua.
“Os imóveis da Osvaldo Aranha valorizaram nos últimos anos e a tendência é melhorar, pois há um grande fluxo de calçada, movimento de pessoas, o que é fundamental para o comércio. Hoje, o preço do metro quadrado para venda é semelhante ao de municípios da região metropolitana de Porto Alegre, como Novo Hamburgo”, exemplifica.
Um aspecto destacado por ele é que, diferentemente de municípios vizinhos, como Lajeado e Santa Cruz do Sul, que têm diversas ruas do centro com maior circulação de pessoas, em Venâncio Aires, o comércio fica concentrado em uma rua. “Na principais quadras da Osvaldo Aranha, praticamente não existe vacância de prédios. Sempre há demanda. Quando um inquilino sai, outro já entra”, afirma.
Para ele, a revitalização do Calçadão deve aumentar a circulação na rua, valorizar os imóveis e dar um novo fôlego para o comércio. “Com a revitalização, criação de mais vagas de estacionamento e melhorias nos imóveis, a expectativa é melhorar as locações nas quadras do Calçadão.”
SOLLER
Enquanto estabelecimentos iniciam e encerram atividades, algumas lojas seguem consolidadas no mesmo local. Antiga Kothe, a Joalheria e Ótica Soller, por exemplo, está há 67 anos em frente à Praça Coronel Thomaz Pereira (Praça da Matriz).
Inaugurada em 1952, a loja foi a primeira filial da joalheria idealizada por Arno Gustavo Kothe e os irmãos Lauro e Afonso (in memorian), em 1940, em Santa Cruz do Sul. A partir de 1955, a empresa começou a investir, também, no ramo de ótica. Em 1994, a família Kothe inaugurou mais uma filial em Venâncio, na mesma rua.
“Há cerca de 6 anos, mudando todas as nossas lojas para Soller, passamos a fortalecer nossa marca, sendo que ela se tornou a maior do Vale do Rio Pardo. Criamos produtos com marca própria, solares e armações. Hoje, temos sete lojas no interior do estado e tudo isso teve início com o sonho do meu avô”, conta a empresária Amanda Kothe.
CIRCULAÇÃO DE PESSOAS MOVIMENTA O COMÉRCIO
Para o vice-presidente do Comércio, da Câmara de Comério, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Airton Bade, não há o que questionar sobre as vantagens da Osvaldo Aranha em termos de movimento, circulação de consumidores e vendas.
“Ela sempre foi uma rua de referência, que concentra o principal fluxo do Centro. Nos últimos anos, os estabelecimentos da rua estão se estendendo nos sentidos Norte e Sul, inclusive, com revendas de veículos e oficinas, no Acesso Leopoldina”, comenta Bade, que também mantém empreendimentos na rua. Três das seis lojas do grupo Bade estão na rua principal de Venâncio. “É uma ótima escolha para o comércio.”
A Osvaldo também está diretamente ligada à história do Supermercado Lenz, que tem duas lojas na rua. A trajetória empreendedora da família começou em 1957, com a fundação da Lenz & Cia. A indústria de balas, doces de frutas, café e sabão, criada por Willibaldo Lenz, ficava onde hoje é a matriz do supermercado, na quadra entre as ruas Antônio Carlos e Getúlio Vargas.
Na época, o empreendimento era administrado por Willibaldo junto com o filho Danilo Lenz. Em 1988, outro filho dele, Guido Lenz, assumiu a lancheria e mercearia, enquanto que Danilo ficou com a parte industrial.
A partir daí, o empreendimento evoluiu para supermercado e, hoje, é administrado pelo filho de Guido e Eunice, Daniel Lenz, que tem como sócias as irmãs Janaína e Janine. Em 2015, o supermercado inaugurou uma filial em outro ponto da Osvaldo Aranha, na esquina com a rua 13 de Maio.
O comprador Roderlei Lenz confirma que a rua “é a melhor da cidade” para estabelecimentos comerciais. O que muda é o público, conforme a localização.
Na matriz do Lenz, o fato de estar próxima à parada de ônibus, ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e ao acesso a Grão-Pará faz com que muitas pessoas do interior procurem o supermercado, além dos consumidores dos bairros. Na outra loja, cujo acesso ocorre pela rua Tiradentes, o público é mais do Centro e de bairros.