O princípio de incêndio ocorrido na tarde de sábado, 17, na Igreja Matriz São Sebastião Mártir, terá desdobramentos esta semana. Na manhã desta terça-feira, 20, segundo o presidente do Conselho Administrativo da Paróquia, Elmo Fengler, serão analisadas imagens de câmeras de videomonitoramento do templo religioso, com intenção de descartar as possibilidades de incêndio criminoso ou uma brincadeira de mau gosto. “Vamos conferir os vídeos para termos certeza do que aconteceu. Queremos entender as causas”, comentou.
Fengler declarou que “as chamas não foram em grandes proporções, como alguns definiram” e que “voluntários que estavam lá apagaram parte do fogo, já os Bombeiros ficaram com o restinho”. Em razão do episódio, assegurou o presidente do Conselho Administrativo da Paróquia, “vamos avaliar como devemos proceder daqui para a frente”. Ainda não há cálculo em relação aos danos e está em discussão, inclusive, a proibição de velas na igreja. “Existe a possibilidade, mas não quero afirmar isso agora”, disse.
Ele esclareceu que o local atingido pelo fogo, onde está uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, “foi pensado com todo o cuidado necessário, pois o excesso de velas sempre foi uma preocupação”. Conforme Fengler, há um exaustor no ponto, que puxa a fumaça e o calor, por meio de um cano, na parede da igreja, para a parte de fora. “As flores de cima do altar pegaram fogo, por isso queremos ver se foi colocada alguma vela em lugar errado. Flores de plástico são proibidas, então temos que ver como começou”, destacou.
“É o cantinho que mais visitas recebe dentro da igreja. E a santa nos provou, mais uma vez,que a nossa fé nela não é em vão. Ela ficou intacta no meio das chamas e da fumaça.”
ELMO FENGLER – Presidente do Conselho Administrativo da Paróquia São Sebastião Mártir
PPCI da Igreja Matriz não está em dia
Representantes da Paróquia São Sebastião Mártir se reuniram ontem com integrantes do Corpo de Bombeiros para encaminhar o alvará do Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) da igreja, que não está em dia. Inicialmente, foi fixado prazo de cinco dias para que a Paróquia inicie o trâmite do processo, mas o presidente do Conselho Administrativo, Elmo Fengler, já adiantou que precisará de prazo mais estendido.
Comandante do 1º Pelotão de Bombeiros Militar de Venâncio Aires, o tenente Luciano Machado Morais disse que o alongamento do prazo para o cumprimento das exigências é possível, já que a igreja oferece risco baixo de incêndio. “O próprio altar atingido pelo fogo é incombustível. Temos só pedra ali, o que queimou foram as velas e flores”, afirmou. Por outro lado, Morais ressaltou que o Corpo de Bombeiros precisa seguir o que determina a legislação e vai acompanhar o processo de regularização do PPCI da igreja.
De acordo com o tenente, “embora a carga de incêndio na igreja não seja elevada, precisamos estar atento aos riscos, para evitar novos episódios”. O maior perigo, comentou Morais, está relacionado aos bancos, que são de madeira e estofados. Ele destacou, no entanto, que no ponto atingido pelas chamas a possibilidade de alastramento era quase zero. “Temos mármore e pedras ali, o que quase elimina a propagação”, conclui.
“Vamos usar do bom senso sempre que for possível. Não podemos fechar a casa de Deus, mas somos legalistas e precisamos seguir o que está na lei. As exigências são para todos.”
TENENTE LUCIANO MACHADO MORAIS – Comandante do 1º Pelotão de Bombeiros Militar de Venâncio Aires
FIQUE POR DENTRO
- Graças ao trabalho de voluntários e de funcionários da Paróquia São Sebastião Mártir, a missa das 6h de ontem ocorreu normalmente. A igreja ainda tinha um pouco de sujeira – em razão da fumaça causada pelo fogo e da ação do Corpo de Bombeiros -, mas a celebração foi mantida. As portas do templo estão abertas normalmente para visitação.
- O cantinho de Nossa Senhora Aparecida é o único da Igreja Matriz onde velas são acesas. Antes, também havia essa liberação para o cantinho do Menino Jesus, o que não acontece mais. Nos espaços destinados às imagens de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Sebastião Mártir e altar da Sagrada Família, por exemplo, não há local para acender velas.
- Todos os dias, quando a igreja tem suas portas fechadas, velas que estejam acesas são apagadas, justamente para evitar que algum sinistro ocorra à noite e não seja percebido. No dia seguinte, pela manhã, as velas são novamente acesas. A reportagem da Folha do Mate apurou que há quem reclame desta medida, mas ela é necessária para reduzir os riscos de incêndio com o registrado no sábado, 17, à tarde.
- O local onde ocorreu o princípio de incêndio fica à esquerda de quem acessa a igreja pela porta principal. O ponto está isolado, mas nem por isso os fiéis deixam de fazer suas orações para Nossa Senhora Aparecida.
IMPORTANTE
Algumas informações utilizadas para a produção desta matéria foram extraídas das entrevistas de Elmo Fengler e Luciano Machado Morais ao Terra em Meia Hora, da Rádio Terra FM 105.1, de ontem. Morais esteve ao vivo no programa, já Fengler participou por meio de depoimento gravado.
CHAMADO
Samuel Neivel, que estava com amigos no gramado ao lado da Igreja Matriz, foi quem acionou o Corpo de Bombeiros. “Entrei na igreja para ver de onde vinha a fumaça, quando o vi o fogo logo liguei para os bombeiros”, relatou.