Se for para numerar a quantidade de netos e bisnetos, a moradora do bairro Centro, Olivia Naue, 90 anos, já perdeu a conta. Mas para indicar os números de cada apartamento dos moradores do Condomínio Monte Carlo, ela tem tudo guardado na memória e sabe na ‘ponta da língua’.
Também conhecida como ‘vovó’, Olívia é uma das moradoras mais antigas do condomínio, onde mora há 26 anos. Ela sempre teve uma boa relação com a vizinhança e está sempre na sacada do apartamento térreo com um sorriso no rosto para cumprimentar quem sai ‘cedinho’ pela manhã ou quem chega no fim de tarde.
“Muitos que passam pela minha sacada não sobem sem antes me perguntar como eu estou e como foi o meu dia”, comenta, sorrindo. A ligação da moradora com as crianças do condomínio também é muito forte. “A garotinha do 402, sempre chega aqui para conversar comigo, eu adoro crianças”, afirma Olívia, que já possui um tataraneto.
Desde que foi morar no prédio, ela já gostava de cuidar das flores do jardim e interagir com os vizinhos. Ao longo do período, conheceu muitos moradores, mas a vizinha de ‘cima’, Lívia Lorena Jungblut, e a da porta da frente, Maria Helena Konzen, são as amigas com quem ela tem mais relação e afinidade.
Sempre que surge um assunto, Olívia e Lorena se conversam pela sacada e quando Olívia precisa de qualquer coisa, chama Maria Helena, 59 anos, a vizinha da porta da frente. Maria trabalha durante a noite como técnica em Enfermagem e, quando está em casa, sempre encontra tempo para visitar a ‘vó’.
“Minha rotina é bem agitada, mas quando posso dou um ‘oi’ para a vizinha, tomo um chimarrão e vou embora”, explica. Ela comenta que, sempre que Olívia liga, ela está pronta para prestar assistência e atenção. “As pessoas de idade têm necessidade de conversar e contar as coisas. Gosto muito de me relacionar com os outros, tanto os moradores do prédio quanto os vizinhos das proximidades”, afirma Maria, que mora no condomínio há 16 anos.
A afinidade entre as duas amigas é muito forte e, algumas vezes, é a ‘vó’ que ajuda a vizinha. “Teve uma época que eu não tinha espaço no meu freezer e a vó fazia gelo para mim. Já teve vezes que eu bati na porta dela para pedir uma cebola para cozinhar, um xícara de açúcar e até mesmo arroz, que faltou bem na hora do almoço. Depois eu voltava para visitá-la e para devolver os produtos”, recorda.
“Manter a amizade é muito importante, porque o vizinho é aquele que está próximo e a gente sabe que sempre pode contar.”
MARIA HELENA KONZEN
Vizinha da Olívia