Circular pelas bancas logo cedo pela manhã sempre foi uma tradição para os venâncio-airenses. Por décadas, a banca Big Ben foi ponto de encontro de muitas pessoas que corriam para adquirir a edição de jornal e conferir as últimas notícias.
O proprietário da banca, Yegor Jungblut, 62 anos, atua há 45 anos no local e recorda que a maioria do público que frequentava o local era formado por adultos, porém, as obras infantis também atraíam as crianças. “As revistas para pintar ou de histórias e os gibis sempre foram as mais solicitadas”, relembra.
Naquela época, os livros didáticos eram vendidos sob encomenda, mas ele recorda que, assim que as escolas começaram a ganhar o material gratuito, as vendas reduziram.
Os DVDs também permanecem dispostos na prateleira. “Agora com a Netflix, eles ficaram ultrapassados”, comenta o proprietário, que adquiriu o acervo há cerca de 5 anos, quando algumas locadoras da cidade encerraram as atividades.
Nos últimos 40 anos, o impacto não foi apenas no segmento de livros, Jungblut observa que, com o avanço da era digital, mais de 20 revistas tradicionais, que eram comercializadas na banca, deixaram de ser impressas e migraram para o virtual. “Hoje, as pessoas procuram pelos gibis da Turma da Mônica, álbum de figurinhas de futebol e super-heróis, revista de fofocas de novelas e jornais”, considera. Contudo, ele acredita que a tendência é que, daqui há uns três anos, apenas os jornais regionais se mantenham na banca.
Por mais de quatro décadas atuando no mesmo segmento, Jungblut guarda lembranças que marcaram a profissão, principalmente quando recebe antigos clientes que trazem seus filhos e netos para visitar o local. “Esses dias, recebi um cliente natural de Venâncio Aires que, hoje mora nos Estados Unidos. Ele trouxe a filha para conhecer a banca e recordou da infância, quando vinha aqui”, conta. Para o proprietário do estabelecimento, a banca Big Ben representa uma vida dedicada às revistas e jornais. “Quando saio por alguns dias, fico doente por não estar aqui.”
BIG BEN
Por muitos anos, a família Jungblut manteve, ao lado da banca de jornais e revistas, um bazar, onde eram comercializados diferentes itens. Desde a sua abertura, o Big Ben segue no mesmo local, em frente à Prefeitura.
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