Vasos, potes, rodas de pneu, latinhas e até chaleiras e cuias de chimarrão. Tudo isso serve de recipiente para Camila Raíssa de Bittencourt, de 11 anos, cultivar o que mais gosta: suculentas. No pátio da propriedade onde mora, em Vila Palanque, na divisa com Linha Herval, no interior de Venâncio Aires, são centenas de mudinhas plantadas com o auxílio da mãe, Rosana Graziela da Rosa. Longe das telas no tempo livre, a menina prefere cuidar das plantas e colocar a mão na ‘massa’.
A mãe é responsável pelas tarefas domésticas e pelos cuidados com o irmão, Cauã, enquanto o pai, Jair Ricardo de Bittencourt, trabalha fora durante a semana. Na propriedade de cerca de dois hectares, onde a família vive há 14 anos, são cultivados produtos para subsistência, como aipim, milho e feijão, além de outra área de terra próxima.

A menina acorda cedo para ir até a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Frida Reckziegel, de Vila Palanque, onde estuda. Ela costuma levantar às 6h10min, e a chegada em casa é por volta do meio-dia. À tarde, Camila se distrai cuidando das suculentas. A inspiração para cuidar das plantas surgiu com o apoio da mãe, mas também contou com o incentivo da avó Noely Maria Schuh da Rosa, 73 anos.
A relação de Camila com as suculentas
As suculentas são cultivadas desde maio de 2022, quando a família foi visitar uma amiga. “Estávamos tomando chimarrão e a Camila foi caminhar pelo pátio e encontrou alguns pés. Ela ficou encantada e trouxemos cerca de 20 mudinhas pra casa”, relata a mãe. A paixão da menina pelas plantas foi aumentando a cada período. “Na casa da madrinha, tinha variedades diferentes e trouxemos para casa. O pai dela também começou a comprar algumas, vendo que estava ‘tomando gosto’ pelas suculentas”, conta. O interesse por novas mudinhas também levou a menina a visitar o Cactário Horst, em Imigrante, onde levou mais tipos para casa, ampliando a coleção.

A ligação com as suculentas já rendeu apresentação na escola — dando dicas sobre cultivo —, em outubro de 2022, e novas amizades que foram criadas com o passar do tempo. “A gente vai trocando mudinhas uns com os outros, graças ao cultivo das suculentas”, diz. “Ela é apegada a algumas mudas, criando um sentimento especial”, complementa a mãe.
Já a menina afirma que cuidar das plantinhas no pátio de casa faz muito bem. “Adoro elas, porque são muito bonitas e me fazem muito bem também”, salienta. “Eu sempre entendi também que é bom correr, brincar, do que ficar sempre na frente do celular”, comenta.
Entre os planos, Camila já tem um desejo definido: continuar cuidando das suculentas. O objetivo dela é continuar residindo no interior, conciliando trabalho com o amor pelas plantas.

