A Capital do Chimarrão ganhará, até 2021, um novo ponto turístico. O empreendimento sonhado e pensado é do casal Astor Elói Specht, 49 anos, e Ana Lúcia Serafim, 35 anos. Denominado Refúgio do Macuco, em Linha Duvidosa, o espaço está sendo adequado para conseguir receber visitantes em breve. No entanto, recentemente, a propriedade particular foi invadida e teve algumas plantas cortadas.
A família, que atualmente reside em Santa Maria, registrou ocorrência por invasão de propriedade particular e o registro na Secretaria Municipal do Meio Ambiente devido aos danos à natureza. Specht, que é natural de Venâncio Aires, conta que os 13 hectares de terra foram comprados dos irmãos, após a divisão da herança de família, local onde passou maior parte da infância. Hoje, atuando como representante comercial, vem até o município apenas aos fins de semana. No entanto, o plano é mudar-se para a propriedade em breve e, dessa forma, adotar uma nova forma de vida ao lado da esposa e do filho, Pedro Henrique, de 2 anos e oito meses.
Ana Lúcia recorda que em um dos fins de semana chegaram na propriedade logo após ao almoço para trabalhar nos orgânicos. “Ouvimos alguns barulhos e logo apareceu um grupo de cerca de 20 pessoas descendo do meio do mato da propriedade”, observa. A mestre e doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) ressalta que a ideia é abrir a propriedade para as pessoas, mas que essa visitação seja consciente, sem destruir nada. “É preciso que eles reflitam e pensem que isso é como invadir a horta da casa deles”, observa. Logo após o ocorrido, o casal colocou placas de aviso sobre invasão ser crime. Não há registros, segundo eles, de novas invasões.
A coordenadora do Departamento de Turismo de Venâncio, Angélica Diefenthäler, ressalta que a pandemia trouxe novos hábitos para o segmento turístico, dentre eles, o pré-agendamento. “As pessoas precisam se certificar se os locais ou propriedades estão atendendo, oferecendo segurança e protocolos sanitários. Precisamos, cada vez mais, de consciência ambiental, turística e senso de coletividade”, frisa ela, que foi comunicada sobre a invasão na propriedade do casal e, recentemente, esteve conhecendo o local e visualizou as árvores cortadas durante a invasão da propriedade. Para a coordenadora, é necessário que os turistas pensem com segurança e responsabilidade. “Se o visitante não adota condutas individuais de prevenção, poderá comprometer um todo”, observa, também fazendo referência aos protocolos de segurança devido à pandemia da Covid-19.
Refúgio do Macuco, um espaço para desconectar
Além de promover o relaxamento em meio à natureza, o novo empreendimento turístico da Capital do Chimarrão vai explorar as potencialidades do local que possui uma caverna, arroio e possibilidade de trilhas. Ana Lúcia ressalta que a ideia é trabalhar com tripés de sustentabilidade.
Inicialmente, após o término da construção da casa no local, a família que já começou a plantação de produtos orgânicos na propriedade pretende passar a receber os turistas para a trilha. “Queremos proporcionar um turismo em meio à natureza, ressaltando aos visitantes a importância da preservação da beleza do espaço. Se estamos retornando para o local devido à beleza e suas riquezas, precisamos que eles também cultivem esse respeito”, observa Ana Lúcia.
Muito mais que oferecer uma distração e uma paz natural, a ideia da proprietária do empreendimento é usar dos conhecimentos adquiridos na graduação em Nutrição e na pós-graduação em Gastronomia e Cozinha Autoral pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) para ofertar almoços e piqueniques, além de oficinas sobre a importância e manuseio de ervas, por exemplo.
A propriedade, em Linha Duvidosa, além das araucárias que, segundo o casal, produzem muito pinhão, também receberá o plantio de mudas de erva-mate. “A nossa trilha será feita com orientações de guia. Então, além do passeio, os visitantes poderão conhecer as espécies de árvores da propriedade”, observa Specht.
Refúgio natural
Os planos para a propriedade são muitos, mas de acordo com Ana Lúcia e Astor, a ideia é ir aos poucos até conseguir concluir o sonho de ofertar hospedagem em cabanas no local. “Será um local para desconectar”, garante ela.