Contando com um pomar de aproximadamente 500 laranjeiras da variedade umbigo, Leonisia Bohn, de Linha Ponte Queimada, oferece a oportunidade de que os visitantes da propriedade possam colher e consumir as frutas sob as árvores. No local, também é possível colher bergamotas da variedade ponkan e adquirir bananas.
A empreendedora recorda que, há alguns anos, a área total de laranjeiras somava em torno de quatro hectares. No entanto, foi reduzida, pois a manutenção do pomar exige muito serviço, como poda, condução, adubação, roçadas entre as linhas, controle de pragas e doenças que atacam as frutas, como a mosca-da-fruta, e ainda, porque praticamente não tem mais mão de obra de diaristas no interior para efetuar esses serviços. Além disso, há dificuldade na hora da colheita, pois como as árvores são altas, é necessário o uso de alguns equipamentos.
A participação no projeto Bergamoteando, pela primeira vez, surgiu como uma forma de movimentar a propriedade e agregar renda com a comercialização das frutas. Atualmente, a agricultora parou de plantar tabaco e administra sozinha a propriedade rural. O objetivo é, aos poucos, incrementar a oferta de produtos, todos relacionados à fruticultura.
De acordo com Leonisia, por enquanto, a procura de visitantes ainda é pequena, o que ela atribui a fatores como a falta de sinalização e pouca divulgação do empreendimento. Apesar disso, ela acredita no potencial do turismo rural e considera a participação no Bergamoteando como uma forma de conhecer novas pessoas e conquistar novos amigos. “Estou com as porteiras abertas para quem quiser colher e comer laranjas e bergamotas debaixo das árvores. Estou à espera e estão todos convidados”, destaca.
LEIA MAIS: No quintal de casa, a árvore de mais de 300 anos vira ponto turístico
Ações para desenvolver, integrar e valorizar o meio rural

Além de ser foco do trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo e do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), o fomento ao turismo rural também está no centro das ações da Emater/RS-Ascar.
De acordo com a extensionista de Bem Estar Social Rural do escritório municipal, Lissandra Rebelatto, a entidade busca incentivar o desenvolvimento da atividade turística sob a ótica de um turismo responsável, para valorizar aspectos culturais e promover a integração dos meios rural e urbano. O objetivo é contribuir para a consolidação da atividade como fonte de emprego e renda às famílias rurais.
LEIA MAIS: Bergamoteando: um convite para vivenciar o interior de Venâncio Aires
Desde 2014, quando iniciou as atividades na Emater de Venâncio Aires, Lissandra trabalha com turismo rural, com ênfase nas áreas de artesanato, gastronomia, agroindústria familiar e gestão ambiental, assim como as particularidades e demandas locais.
“O turismo rural é uma ótima oportunidade de diversificação das atividades rurais e que vem agregar valor às outras atividades que são importantes para a agricultura familiar, como as agroindústrias, o artesanato, a gastronomia e o resgate da cultura e das etnias”.
LISSANDRA REBELATTO – Extensionista do escritório municipal da Emater/RS-Ascar
Para ela, que atua junto à Associação de Turismo Rural Rota do Chimarrão (Aturrchim), trata-se de uma possibilidade para diversificação das atividades rurais e uma forma de agregar valor a atividades e produtos da agricultura familiar.
Após o convite para a exposição da Rota do Chimarrão no espaço do turismo rural na Expoagro Afubra de 2016, foi iniciado um novo processo de assessoramento da Emater/RS-Ascar ao turismo rural de Venâncio Aires.
A assistência técnica da turismóloga Fernanda Silva Costa vem motivando e fazendo com que os empreendedores se capacitem para qualificar o atendimento ao turista bem como melhorar os pontos turísticos.
Lissandra também destaca a importância das ações do Departamento de Turismo do Município. “Para desenvolver o turismo, é importante que o Poder Público tenha o entendimento que é preciso investimento nas pessoas e infraestrutura. Esta parceria é o ponto principal para que as iniciativas dêem certo e que se possa planejar junto”, observa. Outro ponto ressaltado pela extensionista foi a reativação do Comtur, no qual estão representados os segmentos turísticos do município para pensar e planejar o turismo.
LEIA MAIS: A casa de veraneio que se tornou um lar em Linha 17 de Junho