Delegado Felipe Staub Cano revelou, na segunda-feira, 11, que o médium suspeito de importunar sexualmente mulheres jovens que procuravam o centro espírita onde atua, também responderá por praticar a medicina ilegalmente. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, na manhã de segunda-feira, na casa onde funciona o centro espírita e no carro do suspeito, foram apreendidas grandes quantidades de medicamentos, seringas e bisturis.
O médium, que tem a identidade preservada, foi levado até a Delegacia de Polícia para prestar depoimento. Acompanhado por um advogado, foi questionado sobre as acusações de importunação sexual e da prática ilegal da medicina, mas preferiu se manter calado. “Mas vai responder por estes dois crimes”, confirmou o titular da DP.
“Se sua liberdade atrapalhar as investigações, pode vir a ser preso.”
FELIPE STAUB CANO – Delegado de Polícia
Ainda no mês de outubro, o caso foi denunciado à Folha do Mate por um homem que estudou e trabalhou com o médium. Além dele, duas vítimas – que fizeram ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento – já prestaram depoimento. “E temos mais umas dez para ouvir”, observou o delegado Cano.
Ele acredita que o número de vítimas seja maior e espera que elas procurem a polícia para denunciar o suspeito. Apesar do médium ter sido liberado, o delegado observou que sua prisão não está descartada. “Se a liberdade prejudicar as investigações ou colocar em risco a vida das pessoas, pode vir a ser preso”.
Segundo o delegado Cano, entre os medicamentos apreendidos estão alguns de uso controlado e de uso restrito a hospitais. “Também recolhemos cerca de 300 seringas, bisturis e anestésicos, o que indica a prática ilegal da medicina”.
DENÚNCIAS
As denúncias feitas à Folha do Mate referem que o médium usava da fé e fragilidade emocional das vítimas para importuná-las sexualmente. Também referem que fazia convites para elas passarem a noite com ele, para que fosse possível livrá-las dos maus espíritos.
Uma das vítimas, que havia terminado um relacionamento, só não passou a noite no centro espírita, pois foi alertada por amigas. “Eu acreditei nele. Fui lá para ganhar um passe”, disse a mulher. Tudo é investigado.
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