Brancas, coloridas ou estampadas, as máscaras caseiras ganharam a vez e escrevem história. Nem a pandemia de gripe A, no ano de 2009, levou tantas pessoas a usarem máscaras. Nunca antes, na história de Venâncio Aires, se viu toda a população saindo às ruas de máscaras. O que em países orientais já faz parte da cultura, aqui chegou com uma recomendação e, mais tarde, como determinação, via decreto. Desde o dia 27 de abril, o item é obrigatório para quem sair às ruas ou acessar estabelecimentos em Venâncio Aires.
Ainda antes do decreto, a Folha do Mate e a Terra FM lançaram, em 18 de abril, a campanha ‘Tá na cara quem se cuida’. O objetivo é mobilizar a comunidade na prevenção e, ao mesmo tempo, promover interatividade nas redes sociais. Os leitores e ouvintes são convidados a postarem fotos, usando máscara e marcarem os dois veículos de comunicação no Facebook e Instagram. Os participantes ajudam a ampliar a conscientização e a divulgar a importância do uso.
Editorial: Tá na cara quem se cuida
Conscientização que é avaliada de forma positiva pela fiscal de posturas e coordenadora técnica da Secretaria da Fazenda, Daniele Mohr. “Hoje, a exceção, na grande maioria dos locais, é quem não usa máscara. A população está aderindo, tomou consciência dessa necessidade”, destaca.
Desde o início da obrigatoriedade no uso de máscaras na Capital do Chimarrão já foram distribuídas, gratuitamente, pela Prefeitura, cerca de sete mil itens de proteção. Nesse primeiro momento, conforme a fiscal, a população que ainda não faz o uso da máscara está sendo orientada e recebendo explicações sobre o decreto municipal. “Cada equipe de fiscalização têm máscaras em seus veículos, quando eles visualizam alguém sem máscara na rua fazem essa orientação e distribuem”, complementa.
Daniele ressalta que na última semana realizou uma visita a diversos bairros de Venâncio Aires com intuito de orientar os estabelecimentos comerciais sobre a importância do uso de máscara dentro dos empreendimentos. “Foi possível visualizar a população com máscara. Em alguns bairros vai ser necessário realizar uma ação mais efetiva”, comenta.
“O uso da máscara é uma cultura totalmente nova. A população tem sido parceira, tem tentado e acho muito positivo como tem sido feita a adesão em relação ao uso.”
DANIELE MOHR – Fiscal de posturas e coordenadora técnica da Secretaria da Fazenda
ORIENTAÇÃO
- Os fiscais de trânsito iniciaram na sexta-feira, 8, as abordagens nos ônibus sobre a importância do uso das máscaras.
- O número total de máscaras que já foram distribuídas, de forma gratuita, pela Prefeitura é 7 mil.
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NAS RUAS
Na manhã de sexta-feira, 8, a reportagem da Folha do Mate foi às ruas – tomando todos os devidos cuidados – para verificar com a população o que acham sobre o uso e a importância das máscaras.
A dona de casa Eloni Rodrigues Coutinho, 62 anos, destaca que desde que tudo isso começou já adicionou a máscara como item indispensável. “Queria me prevenir e cuidar dos outros também”, pontua. Moradora de Vila Palanque, ela conta que usa máscara até para ir na horta e evita contato com os familiares. Sempre que vem à cidade, usa o acessório. “Tenho várias. Essa que estou usando hoje é de TNT, mas quando chegar em casa vou descartar ela”, enfatiza.
O comerciante Auri Luiz Lourenço, 53 anos, conta que está usando a máscara desde a sua obrigatoriedade. Morador de Linha Mangueirão, ele salienta que acabou esquecendo a máscara em casa, mas logo que chegou na cidade comprou uma para resolver suas pendências. “Acho muito importante que as pessoas usem máscaras”, pontua ele, que possui máscaras brancas e pretas.
Desde o final de março, a serviço gerais no ramo calçadista, Lisandra Rosimeri Sehn, 44 anos, está usando a máscara. No momento que conversou com a reportagem estava usando uma do Guarani, item que julga “extremamente indispensável” neste momento. Além disso, a moradora do bairro Gressler, destaca que esse recurso auxilia agora com a chegada do frio já que mantém a região do rosto mais aquecida.
Morador de Passo do Sobrado, Cláudio Kappaun, 47 anos, usa a máscara diariamente. Além de utilizá-la para sair na rua, o item é obrigatório na empresa onde trabalha. Ele destaca que sabe da importância do acessório. “Precisamos nos prevenir”, acrescenta o operador de empilhadeira.
A moradora do bairro Brígida, Nelsi Schmidt, 64 anos, destaca que sabe da importância do uso da máscara. “Acho muito importante porque protege ainda mais”, destaca ela, que faz também o uso de luvas descartáveis. Em função disso, resolveu garantir diferentes modelos de máscara para encarar essa quarentena, inclusive, garantiu uma com o símbolo da banda The Rolling Stones, sua banda favorita.
O uso de máscaras na microrregião
MATO LEITÃO – Desde o dia 1º de maio, o uso de máscaras é obrigatório em Mato Leitão. Todas as pessoas deverão usar as máscaras nos espaços de uso comum, públicos ou privados, incluindo as vias públicas e as diversas modalidades de transporte, para evitar a transmissão comunitária do vírus. De acordo com o decreto fica proibido o atendimento em qualquer estabelecimento comercial ou de prestação de serviço de pessoas que não estejam usando a máscara, sendo responsabilidade do próprio estabelecimento da adoção de providências para cumprimento da norma.
VALE VERDE – Pelo decreto, dentro das repartições públicas e do comércio é exigido utilizar máscaras, sendo que a Prefeitura está disponibilizando mascaras à população. Porém não é obrigatório utilizar nas ruas. “Não adianta obrigarmos isso à população agora, quando não temos nenhum caso confirmado ou óbito. No entanto, estamos fazendo tudo que pudermos para o combate ao coronavírus”, destacou o prefeito Carlos Gustavo Schuch.
PASSO DO SOBRADO – Segundo a secretária de Administração, Ana Caroline Sebben, o uso de máscaras não é obrigatório nas ruas, somente para adentrar nos estabelecimentos públicos e comerciais. “Porém já foi cogitada a possibilidade de cobrar o uso nas ruas, mas pensamos nas pessoas que não têm condições de adquirir as máscaras. Sendo assim, iniciamos uma campanha na Assistência Social, onde a pessoa doa 1 kg de alimento e recebe uma máscara. No entanto, o comitê de crise está analisando a possibilidade de cobrar o uso, mas também proporcionar máscaras para quem não tem”, explicou Ana Caroline.
*Reportagem produzida com a colaboração de Letícia Wacholz
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