Alvo de polêmicas constantes, principalmente devido aos problemas recentes de água represada na várzea ao longo do leito, o arroio Castelhano está recebendo limpezas em alguns pontos. Mas, além desse trabalho para melhorar a vazão, entre a RSC-453 e o bairro Battisti, a equipe do poder público, que está à frente da atividade, busca aumentar a distância a ser desassoreada.
A draga que retornou às atividades de limpeza do arroio Castelhano em Linha Grão-Pará, está prestes a finalizar a segunda etapa do serviço. No total, serão 700 metros desobstruídos. A profundidade chega a três metros e a largura ultrapassa os quatro metros, onde em alguns locais mais críticos não passava de um metro de largura. A água tinha um verdadeiro desafio para ir embora.
O trabalho vai auxiliar na desobstrução do Castelhano no trecho entre a RSC-453 em direção ao bairro Battisti. Essa manutenção irá evitar enchentes, acúmulo de terra e devolverá o curso do arroio, segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, André Kaufmann.
Entretanto, conforme Kaufmann, outro item importante seria a limpeza das ramificações. Questionado sobre uma possível continuidade dos trabalhos, aproveitando o período de estiagem, ele sinalizou que existe a possibilidade. “Seria interessante a gente subir no sentido da RSC-453 até o Acesso ao Bairro Grão-Pará, na ETA. Porque uma vez feito esse caminho, vamos evitar grandes problemas no futuro. Sem contar que, com isso, poderia ser elaborado um plano estratégico de limpeza sempre que necessário.” Além disso, as galerias na RSC- 453 seriam desobstruídas, com isso, evitaria a propagação do ‘cemitério’ de árvores que ficam na beira da rodovia.
VEJA VÍDEO DO TRABALHO DA DRAGA:
A continuidade da limpeza pela draga é ventilada pelo poder público. Conforme o secretário, seria necessário um investimento de mais R$ 150 mil em horas-máquinas, mas que resolveriam grandes problemas. A máquina terceirizada que já está atuando finalizará essa segunda etapa em aproximadamente uma semana, e tem o custo de R$ 75 mil. Todos os valores foram disponibilizados pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente.
“O serviço está ficando bom. A gente já percebe uma grande melhora. Mas se o serviço continuasse até o Acesso Grão-Pará a gente eliminaria pontos críticos de alagamentos, de água acumulada e vegetação morta. Vamos evitar enchentes e baixar o nível das águas represadas.”
ANDRÉ KAUFMANN – Secretário Municipal de Desenvolvimento Rural
RELEMBRE O CASO
No final do ano passado a Folha do Mate trouxe à tona uma situação levantada por moradores de Linha Grão-Pará: flagrantes de um verdadeiro ‘cemitério’ de árvores e a obstrução do leito do arroio Castelhano. A vegetação e galhos serviam como apoio para todo o tipo de lixo que formava uma espécie de barreira, impedindo o curso normal da água.
A situação foi verificada in loco por autoridades e equipe de reportagem. O que se viu foram muitos troncos e galhos de árvores que dificultam o fluxo normal das águas. Mas o maior problema, está nas galerias que passam por baixo da RSC-453.
O assoreamento do leito do arroio e o lixo acumulado que tranca abaixo da ponte da RSC-453, represa a água que se acumula na zona alagadiça próxima das margens e compromete a mata nativa dos dois lados da rodovia, onde centenas de árvores secaram.
No início de fevereiro, a Prefeitura, após análises e estudos autorizou a contratação de uma draga para efetuar a limpeza. O valor investido para dragagem foi de R$ 25 mil. A máquina deu continuidade ao trabalho que vinha sendo feito pela equipe da Prefeitura.
Em conjunto, as pastas de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente iniciaram, na segunda quinzena de fevereiro, ações no trecho do manancial na localidade de Linha Grão-Pará. O investimento foi de R$ 25 mil para limpar 300 metros.
Após algumas semanas de trabalho aconteceu um imprevisto, a draga tombou no arroio, ficou algumas semanas no conserto e na última sexta-feira, 20, retornou os trabalhos. Conforme Kaufmann, nessa segunda etapa o valor investido foi de R$ 75 mil em horas-máquinas e limpará 600 metros. O trabalho será concluído até o início de abril.
ETAPAS
• Na primeira etapa o poder público investiu R$ 25 mil reais para desassorear 300 metros;
• Na segunda etapa a Prefeitura investiu R$ 75 mil reais para desafogar 600 metros;
• Caso essa terceira etapa for aprovada, o investimento seria de R$ 150 mil e iria desassorear o Castelhano das RSC-453 até o Grão-Pará, ETA, por mais uns 2 km.
• Com isso, o trabalho pode limpar o Castelhano em quase três quilômetros.
PATRIMÔNIO
O custo para a compra de uma draga é de aproximadamente R$ 150 mil. Kaufmann ressalta que com a limpeza inicial, para o futuro, a Prefeitura poderia fazer o investimento, adquirir uma draga e realizar o serviço anualmente.