O abraço coletivo dos alunos na professora Luiza de Fátima Lazzaretti, 29 anos, diz tudo. É por meio dele que as crianças retribuem o carinho, a atenção e o cuidado da ‘profe’. No trabalho com as duas turmas de pré da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Aloisius Paulino Algayer, do bairro Coronel Brito, Luiza não poupa esforços para estimular o desenvolvimento e promover o bem-estar dos alunos.
“Trabalho muito a afetividade, converso, gosto de saber do dia a dia, do que acontece em casa e do que ela gosta ou não em sua vida, pois acredito que isso passa confiança e proteção. A criança que se sente segura, sente-se capaz”, destaca a professora.
Formada em Pedagogia em 2013, Luiza começou a trajetória profissional no Centro de Assistência Social Venâncio Aires (Casva), onde teve a certeza de que estava na profissão certa. Aprovada no concurso público para professora de Educação Infantil, começou a trabalhar na Emei Algayer, há dois anos.
Os primeiros dias foram complicados. “Comecei a conviver com realidades muito difíceis, mas senti que ali era o meu lugar, onde eu podia fazer a diferença na vida daquelas crianças. Meu amor pela educação se multiplicou quando vim para a escola.”
“Minha história não se difere muito de tantas outras. O amor pela profissão me faz seguir em frente e procurar fazer o melhor a cada dia, pois creio que é através da educação que se pode melhorar o mundo.”
LUIZA DE FÁTIMA LAZZARETTI – Professora
Fazer a diferença inclui um trabalho que vai além das atividades normais da sala de aula. Muitas vezes, significa buscar doações para vestir e alimentar crianças cujas famílias enfrentam dificuldades financeiras. “Tem alunos que, apesar de terem apenas 4 ou 5 anos, têm uma história e tanto.”
Os desafios também estão em atender turmas com muitos alunos que estão indo para a escola pela primeira vez. “Muitos vêm sem saber pegar o lápis, sem nunca ter ficado longe da família. Tem criança que vem para a escola e ainda usa fraldas”, comenta Luiza. A professora comenta que, apesar de muitos pais não terem muita escolaridade, eles valorizam muito a escola. “A escola é tudo para ele, pois sabem que aqui está o futuro dos filhos.”
AUTISMO
De acordo com Luiza, um dos fatos que mais representa o crescimento pessoal e profissional é o trabalho com um aluno autista e hiperativo, que ingressou na turma na metade do ano passado. “Iniciava um período de descobertas e muito aprendizado para mim e todo o grupo”, sintetiza.
Paralelamente à busca por informações e aperfeiçoamento sobre o assunto, a professora adaptou rotinas, propostas e espaços, e estimulou a socialização do aluno autista com os demais colegas. “Aos poucos, as coisas foram acontecendo e evoluindo positivamente até chegar a um bom ambiente, e me motivando a aprofundar minha formação na área da neuropsicologia, educação especial e inclusiva.”
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PERFIL
Com admiração pelo magistério desde a infância, Luiza de Fátima Lazzaretti cursou Pedagogia, com auxílio dos pais e enquanto trabalhava no comércio. Pós-graduada em Educação Infantil, a profissional cursa especialização em Neuropsicopedagogia, Educação Especial e Inclusiva. Seu primeiro emprego na área foi no Casva, em 2003.
Há dois anos, após nomeação no concurso público do Município, atua na Emei Aloisius Paulino Algayer, no bairro Coronel Brito. A diretora da escola, Aline Cristine da Silva, ressalta a busca constante por capacitação da professora Luiza e a integração da profissional com a escola. “Dá para sentir na fala dela e perceber nos gestos o quanto ela gosta da escola.”
SÉRIE DE MATÉRIAS
Desde a quarta-feira, 8, a Folha do Mate divulga as matérias sobre os finalistas do prêmio ‘Adiante, professor’. Na terça-feira, 13, será apresentada a história da professora Gabriela Vedoy Flores, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Odila Rosa Scherer. A série de matérias se estende até dia 22, véspera da cerimônia de premiação.
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