Monique enfrentou comentários desestimulantes e insistiu em amamentar o filho Théo (Foto: Arquivo Pessoal)
Monique enfrentou comentários desestimulantes e insistiu em amamentar o filho Théo (Foto: Arquivo Pessoal)

Histórias que marcaram o período de amamentação, dúvidas e dificuldades do aleitamento materno estão em evidência na Semana Mundial do Aleitamento Materno. A fim de incentivar o compartilhamento das experiências e desmistificar o assunto, a Folha do Mate publica, ao longo desta semana, relatos enviados por mamães de Venâncio Aires. A ação é uma parceria da empresa jornalística com profissionais do Centro Materno Infantil.

LEIA MAIS: Muito mais que alimentar, amamentação é afeto e sintonia

Leia o relato de Monique Becker, 31 anos, mãe do Théo, de seis meses.

“Durante a gravidez, eu li muito sobre as sensações que sentiria quando meu pacotinho começasse a crescer e tomar forma dentro de mim. Li sobre o parto, fiz exercícios para fortalecer a musculatura e facilitar o parto normal (que eu quis desde o início!).

Estudei sobre o pós parto, sobre o puerpério, dentição do bebê, introdução alimentar, mas nunca me preocupei com a amamentação. Pra mim era algo fácil, natural. Então o Théo nasceu, foi mágico. Coloquei no meu peito, e sem muito insistência ou instrução minha, ele começou a mamar.

Ele fez a pega corretamente desde o primeiro contato com o seio, mamava vigorosamente por alguns minutos e dormia em seguida. No segundo dia de vida, o Théo começou com um choro que não acalmava, somente quando estava no peito.

Meu bico do seio ficou ferido, sentia dor quando o amamentava e logo no dia seguinte o meu bebê começou a ficar amarelo (estava com icterícia). Na consulta com o médico plantonista, descobrimos que eu tinha pouco leite ou que o leite não tinha descido. Me senti muito triste em não conseguir suprir a necessidade do meu filho. Iniciei com medicação e a orientação foi: toda vez que ele acordar, leve-o ao seio, amamente. Só assim melhorará da icterícia. E assim fizemos.

Quanto mais ele mamava, mais leite eu produzia. As críticas e palpites de familiares e vizinhos foram o pior nesse período, porque ninguém encorajava o aleitamento, só diziam: ‘teu leite é fraco’, ‘dá uma mamadeira pra esse guri’, ‘tu não tem leite’.

Insisti, perseverei… e com a ajuda do Théo (que queria mamar toda hora), consigo manter a amamentação até hoje. Desde seus 4 meses, quando iniciou na escola, ele toma fórmula também, e a uma semana começamos a introdução alimentar com as frutinhas, mas ele nunca deixou de mamar. Ao contrário do que me disseram que aconteceria, ele não prefere a mamadeira ao peito. Seguimos fortes aqui! Espero que, pelo menos, até os dois anos.”

LEIA MAIS: 

Da dificuldade nas primeiras semanas ao aleitamento até um ano e sete meses

Em meio aos desafios, a persistência de uma mãe de primeira viagem

A importância do apoio para não desistir de amamentar

“Não há preço que pague os olhos do meu filho de encontro aos meus durante as mamadas”