De sobra

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Deu no noticiário: secretaria de Educação de Rondônia manda recolher livros das escolas. Possuíam “conteúdos inadequados às crianças e adolescentes”. Tem leituras sempre obrigatórias como Macunaíma e Os Sertões e mais 41 títulos, de gente como Nelson Rodrigues, Ferreira Gullar, Edgar Allan Poe e Franz Kafka. Sobrou principalmente para Rubem Fonseca e Carlos Heitor Cony, cujos nomes aparecem reiteradas vezes na lista negra. Que, segundo o governo local, não chegou a ser posta em prática. De certo a ordem oficial só foi feita pois havia um estagiário com tempo de sobra, a internet estava fora do ar e o jogo de Paciência bloqueado pelo setor de TI.

Recolhimento ao contrário

Saudosos tempos em que a maior preocupação dessa gente era com a proibição de certas músicas – ou materiais relacionados a elas. Chegaram agora a um nível exacerbado de covardia. Quando brigavam com os artistas, estes podiam ao menos se manifestar. Agora mandam recolher livros, que não podem fazer nada – tal como seus autores, quase todos já mortos. Imagine se os livros pudessem recolher governos? Alguns o seriam de modo preventivo, já ao mero ato de apenas pensar em se candidatar a qualquer coisa. Fala-se que o vindouro sistema 5G será a internet das coisas. Que ainda venha o sistema 6, 7 ou 20G – para representar a internet do extermínio da burrice.

Tamanho certo

Circula pelo WhatsApp vídeo com convite de Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus, a seu show em Venâncio – no Feceva, Parque do Chimarrão, em 14 de março. Ainda não falei sobre isso aqui. Uma tremenda boa notícia o show nestas bandas do Marcelo, que já tem quase 70 anos. Pedaço vivo da história e de grandes momentos do rock feito no Brasil nos anos 80. Aliás, o festival local da cerveja é o evento de tamanho e contexto certos para que ainda possamos ver algumas pérolas musicais ao vivo em Sebastianfield – as quais já não cabem mais em algo como a Fenachim, que pede atrações mais genéricas e/ou para públicos maiores. Excelente – e surpreendente – pedida!

Estrelas e guias

O clássico regional cult Anjos do Hanngar não vem ao Feceva, mas tem novidades a contar – e elas surpreendem: depois de duas décadas, o cantor Marco Vasconcelos, o Dom Marco, deixou a banda. Foi substituído por um fã do grupo, que curiosamente – ou nem tanto – utiliza a alcunha Dom Maikel. O feiticeiro nativo das seis cordas Rafael Sehn, que já há alguns meses havia retornado à banda, está com a carteira assinada para esta nova fase do grupo. Já Marco pretende ser sua própria estrela-guia e lançar projetos solos. Terá ao seu lado o baixista local Júnior Bohn, também com passagem pelo Anjos.

Três acordes

# Como bom fã, vou ao Feceva e procurarei um autógrafo de Marcelo Nova. Tendo hoje a levar a edição de semana passada desta coluna para que ele crave sua assinatura.

# Ainda bem, diga-se, que o Parque do Chimarrão é na entrada da cidade. Assim o irrequieto Marcelo não precisará ver aquilo que eu e você também não queríamos.

# Em tempo: Nova é o sujeito mais ligado ao eterno Raul Seixas que poderemos ver sobre um palco até o fim de nossos dias. E isso por si só já vale – e muito – assisti-lo e ouvir o que ele pode ter a falar.

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