War of the Worlds (ou Guerra dos Mundos) é um romance de ficção científica de H. G. Wells, publicado inicialmente em 1897 no Reino Unido. Narra a invasão do planeta pelos marcianos, tecnologicamente avançados a ponto de driblar sem dificuldades a resistência oferecida pelos humanos. A história tornou-se célebre em versão radiofônica de 1938, quando o cineasta Orson Welles dramatizou uma suposta tomada da terra pelos alienígenas em uma rádio dos EUA. O caos se espalhou, com ouvintes que pensavam estar diante do comunicado de uma situação real e buscavam fugir a todo o custo.
Das palavras
War of Words (ou Guerra de Palavras) é o álbum de estreia do Fight, banda lançada pelo vocalista Rob Halford após sair do Judas Priest, no início dos anos 90. Na faixa-título, o Metal God canta que o Congresso não fará nenhuma lei que institua uma religião ou proíba seu livre exercício, nem que abreviará a liberdade de expressão, ou da imprensa, ou do direito do povo de reunião pacífica. Tal trecho foi extraído da primeira emenda à Constituição dos EUA, de 1791. O título, alguém que partilhe da dislexia já pode ter notado, é um trocadilho com a obra imaginada por Wells e narrada por Welles.
Fama, fortuna e…
Notícia da semana: Halford e o Judas Priest foram indicados para serem inclusos neste ano no Hall da Fama do Rock’n’Roll. Tal qual Motörhead ou Soundgarden, terão de esperar. Seus nomes foram deixados de lado. Mas, para gritaria geral dos fãs, Whitney Houston entrou. Whitney foi uma cantora incrível, mas este é – ou deveria ser – o panteão específico do rock. Premiações, no que quer que sejam, estão repletas de interesses financeiros ou políticos. Não convém se deslumbrar com os louros dados ao seu artista preferido no Grammy, com a estatueta daquele filme que você adorou no Oscar ou com o certificado àquele cargo comissionado, que já está lhe pedindo votos para vereador, recebido numa incontável sessão solene de sua casa legislativa local.
Salve-se
De volta: não é preciso considerável profundidade de raciocínio para perceber que a alusão da música de Halford aos escritos de Wells são um exemplo legítimo de alusão, inspiração, analogia, enfim. Não o que fez o agora exonerado secretário de Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim, que em fala sua, parafraseou discurso de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler. Pensar que pode haver um sujeito com tal, digamos, inspiração, a ocupar cargo de tal relevância no setor é muito mais grave do que as alegadas farras financeiras de grandes artistas via Lei Rouanet. É uma guerra. De palavras e de mundos. Do bom senso, da sanidade e da razoabilidade contra a demência total. Que sejamos salvos dela – nem que seja pelos marcianos.
Três acordes
# Em Sebastianfield, no fim de semana de seu surdo padroeiro – talvez isso enfim explique a quantia de barulho emitida ao lado do único hospital da cidade –, a guerra contra o racional parece estar encerrada.
# Afinal, leio que começaram as obras da famigerada bíblia gigante – cujo desenho mais parece uma homenagem ao corte de cabelo de responsável direto por sua existência.
# Marcianos, venham até nós. Se os reinventores da roda dizem que a terra é plana, então Venâncio só pode ser chata – em inúmeras acepções possíveis.