Foto: Carlos Dickow / Folha do Mate

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Venâncio Aires, Odenir Guterres de Carvalho, afirmou ontem que a categoria vai dar um voto de confiança ao prefeito da Capital do Chimarrão, Giovane Wickert (PSB), em relação à revisão anual do funcionalismo. Embora os servidores tenham decidido, em assembleia realizada na sexta-feira, 31, repudiar Executivo e Legislativo em função da maneira como o projeto de reposição foi encaminhado, o presidente do sindicato afirma que vai acompanhar o empenho da Administração no sentido de viabilizar o ganho real de 1,6% que ficou fora da proposta.

A bandeira branca ficou evidente durante a sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira, 3, quando o prefeito foi inclusive aplaudido pelos servidores que acompanhavam suas manifestações. Ao esclarecer os motivos que levaram o Município a mudar a redação do Projeto de Lei da revisão, Wickert voltou a falar do déficit nas contas públicas e, pela primeira vez, comentou que o Executivo teve de empenhar recentemente “notas engavetadas de combustível para não calotear fornecedores”. De acordo com o prefeito, além dos restos a pagar da Administração anterior – que eram de R$ 4,5 milhões -, “contas que foram surgindo nos primeiros meses deste governo somam o valor de quase R$ 1 milhão”.

Assim que fez estas considerações, Giovane Wickert foi contestado pela vereador Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), que afirmou que “o governo anterior não deu calote em ninguém” e que os restos a pagar foram consequência da não antecipação do IPTU. “Aliás, esta foi uma manobra do atual vice-prefeito [Celso Krämer, do PTB], que trocou votos por cargos”, disparou. Ela também criticou a postura de Wickert, por ter ficado oito anos como vice-prefeito “sem participar das ações do governo”. “Estou preocupada, pois se o senhor sabia da situação da Prefeitura e deveria estar acostumado com essa ginástica do Executivo. Isso é comum”, declarou. Em resposta, o prefeito disse que não iria fugir de suas responsabilidades e que admitir o erro em relação à negociação com os servidores era uma prova de humildade. Foi aí que representantes do funcionalismo aplaudiram o chefe do Executivo.

“Estamos em paz, agora. Os aplausos para o prefeito, no entanto, foram no momento em que ele respondeu com firmeza a uma provocação da vereadora Ana Cláudia. é um voto de confiança, mas vamos esperar as coisas acontecerem”

Odenir Guterres de Carvalho, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Venâncio Aires

SECRETáRIA – Perguntado sobre os motivos que levaram os servidores a deixarem a Câmara quando a secretária municipal da Fazenda, Jeanine Benkenstein, iniciou a abordagem sobre as finanças públicas, Odenir disse que a intenção da categoria era ouvir os pronunciamentos dos vereadores, que acabaram ficando para o fim da sessão, que se estendeu até por volta das 23h. “A sessão deveria começar às 19h e iniciou às 19h35min. Ficou parecendo até que tentaram ficar enchendo linguiça para ofuscar a nossa presença”, sugeriu.

Com informações de Agência Brasil.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu adiar o julgamento da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. A sessão começou na manhã desta terça-feira, 4, mas a maioria dos ministros aceitou o pedido feito pelos advogados da ex-presidente Dilma Rousseff, que requereram prazo de mais cinco dias para apresentar defesa.

O prazo de cinco dias começará a contar após o fim dos novos depoimentos que foram autorizados na segunda parte da sessão. Assim, o julgamento deve ser retomado apenas a partir da última semana de abril, tendo em vista o feriado de Páscoa e viagens oficiais do presidente do tribunal, Gilmar Mendes, responsável pela condução dos trabalhos.

Foto: Agência Brasil / Divulgação

No início da sessão, o advogado de Dilma, Flávio Caetano, alegou que precisava de mais cinco dias para analisar melhor o caso. Antes do julgamento, o relator do processo, ministro Herman Benjamin, concedeu prazo de 48 horas após o encerramento da fase de coleta de provas do processo para que os advogados apresentassem a defesa dos clientes. O prazo está na legislação eleitoral.

A maioria do plenário, no entanto, derrotou o relator, que votou parcialmente a favor dos advogados. Ele concedeu três dias para novas alegações.

Benjamin foi contra o prazo de cinco dias por entender que o processo já tramita no TSE há quase dois anos e meio. Para o ministro, a concessão de mais prazo para defesa atrasaria o final do julgamento, que poderia terminar depois da conclusão do mandato de Temer. “Não é questão de dois dias a mais, três dias a mais. A ninguém deve se dar prazo maior do que o estabelecido na lei”, disse.

Votaram a favor da defesa de Dilma os ministros Napoleão Maia, Henrique Neves, Luciana Lóssio e o presidente do TSE, Gilmar Mendes. Luiz Fux e Rosa Weber acompanharam o relator. Os advogados do PSDB e o Ministério Público Eleitoral (MPE) também concordaram com o adiamento.

Novos depoimentos

Na segunda questão de ordem, Benjamin acatou pedido da defesa de Dilma Rousseff para que fosse ouvido o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que teria sido citado por delatores da empreiteira Odebrecht como envolvido no recebimento de recursos não declarados.

O ministro também aceitou o pedido do Ministério Público para que sejam ouvidos o marqueteiro de Dilma em 2014, João Santana, sua mulher, Mônica Moura, e André Santana, funcionário dela. Ele negou, no entanto, que fossem realizadas oitivas com os presidentes dos nove partidos que compunham a coligação de Dilma, conforme solicitado pelos advogados da ex-presidente.

Processo

Mesmo com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o processo continuou e pode terminar com a convocação de eleições indiretas, presididas pelo Congresso, caso a chapa seja cassada.

Após o resultado das eleições de 2014, o PSDB entrou com a ação e o TSE começou a julgar suspeitas de irregularidades nos repasses a gráficas que prestaram serviços para a campanha eleitoral. Recentemente, Herman Benjamin decidiu colocar no processo os depoimentos dos delatores ligados à empreiteira Odebrecht, investigados na Operação Lava Jato. Os delatores relataram que fizeram repasses ilegais para a campanha presidencial.

Em dezembro de 2014, as contas da campanha da então presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer, foram aprovadas com ressalvas e por unanimidade no TSE. No entanto, o processo foi reaberto porque o PSDB questionou a aprovação, por entender que há irregularidades nas prestações de contas apresentadas por Dilma, que teria recebido recursos do esquema de corrupção investigado na Operação Lava Jato. Segundo entendimento do TSE, a prestação contábil da presidenta e do vice-presidente é julgada em conjunto.

A campanha de Dilma Rousseff nega qualquer irregularidade e sustenta que todo o processo de contratação das empresas e de distribuição dos produtos foi documentado e monitorado. A defesa do presidente Michel Temer sustenta que a campanha eleitoral do PMDB não tem relação com os pagamentos suspeitos. De acordo com os advogados, não se tem conhecimento de qualquer irregularidade no pagamento dos serviços.

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do Mate

“Ele adora sentar e ficar olhando como se ainda enxergasse.”A afirmação é de Maria Celia Sasse que adotou o amigo de quatro patas, Branco, após encarar com ele as dificuldades do cão que perdeu a visão do olho esquerdo e direito. Um amor que nasceu há mais de três anos e que despertou carinho por um novo amigo.

A dona de casa recorda que conheceu Branco quando ele apareceu na rua Henrique Myllius, no bairro Gressler. “Ele estava ferido, perdeu o olho direito e minha filha acabou cuidando”. Mesmo com o desejo de prestar todo o apoio ao animal, a família enfrentou dificuldades para deixá-lo preso em um pátio fechado. “Ele não se adaptou, cavava o gramado e uivava muito”, lembra. Branco só era levado para dentro de casa em ocasiões especiais, por exemplo, quando ocorria a explosão de fogos de artifício.

Mesmo sendo dócil e amigável desde o início da relação, Maria Celia conta que no período em que Branco não se adaptou em ficar preso no pátio, o marido Altemio Sasse acabou comprando uma casinha e colocando-a em frente a casa e com o tempo Branco passou a criar um carinho e sair atrás de seus cuidadores. “Ele era livre, pois estava solto e todos ali próximos gostavam dele”, destaca.

Pra mim foi um amor que cresceu a cada dia mais

De acordo com Maria Celia, em 2015, Branco resolveu desparecer e assustar a todos. “Ele simplesmente sumiu por uma semana. Quando meu marido ligou para a rádio, logo em seguida recebemos a informação de que ele estava próximo ao IFSul”, destaca. Foi então que Maria Celia percebeu que a amizade em relação a Branco só aumentava.

Amigo BichoNo entanto, um certo dia enquanto a família saboreava um chimarrão em frente à residência, presenciaram o atropelamento do animal por um veículo que não prestou socorro. “Ele gritou muito, corremos para ver o que tinha acontecido, mas aparentemente não estava machucado”, lembra. Mesmo assim, ficaram em alerta em relação ao estado de saúde. No dia seguinte, uma bolha de sangue havia aparecido no olho esquerdo e foi então que a família entendeu o motivo do animal gritar tanto.

Na busca por um veterinário, recebeu-se a notícia de que não se tinha o que fazer com Branco. “Ficamos só observando e como aparentemente aquilo não atrapalhava, deixamos assim. Na voltar de uma viagem em novembro, encontramos ele pior”, diz a dona. Com isso, Maria Celia resolveu levá-lo a uma Clínica Veterinária em Venâncio Aires, quando recebeu a notícia de que seria necessário retirar o olho de Branco. “Cheguei em casa, coloquei uma foto no Facebook e pedi socorro”, recorda.

Foi a partir dessa atitude que Maria Celia conheceu a Associação Amigo Bicho, que prestou auxílio no tratamento de Branco. “Eles me autorizaram a levá-lo em uma clínica parceira da Amigo Bicho. Recebi antibiótico e precisei cuidar com ainda mais atenção dele durante quinze dias. No dia 24 de dezembro de 2016, sem efeito nenhum dos medicamentos, tivemos que interná-lo e fazer a retirada do olho. Foi então que resolvi adotar ele de verdade”, destaca.

Sem visãoApós perder os dois olhos, a dona de Branco conta que foi difícil ver o animal esbarrando em objetos dentro de casa. No início, ele usava um cone e não tinha risco de se machucar. “Mas doía muito em mim ver aquele bichinho que era acostumado a correr livre, naquele estado, dependendo da gente pra tudo”, salienta.

Hoje, Branco está dentro de casa e recebe todos os cuidados necessários da família de Maria Celia, que adora o animal. “às vezes ele para no portão e fica me esperando até eu ir colocar ele no caminho da casinha”, comenta.