No decorrer dos anos, o Guarani ganhou respeito e as campanhas foram regulares, até que em 1996 o Índio acabou conhecendo o seu primeiro rebaixamento. Como o regulamento do ano seguinte premiava os dois primeiros colocados com o retorno imediato à elite naquele mesmo ano – ao lado do Santa Cruz -, havia o bônus de disputar a fase final com os grandes.
Nesta temporada, foi montado um grande elenco sob a batuta do técnico Mano Menezes, que na última fase seria substituído por Paulo Sérgio Polleto. O atacante Marcus Vinícius foi o principal nome daquele grupo, se tornando artilheiro do Gauchão com 28 gols e igualando-se a Baltazar, ex-atacante do Grêmio, que em 1980 também atingiu a marca de 28 gols.
Aquela equipe era espetacular e considerada uma das melhores de toda a história. O ataque marcou mais de 70 gols, com vitórias marcantes sobre o Inter e sobre o Juventude, em pleno estádio Alfredo Jaconi, por 4 a 2.
“Assumir a presidência foi uma surpresa”
Tesoureiro do clube nas temporadas de 1991, 1994, 1995 e 1996, Pedro Kolling foi convidado para assumir a presidência do Guarani em 1997, ano em que o Guarani teria a experiência de jogar a segunda divisão. Funcionário do Banco do Brasil, aos 36 anos foi aclamado presidente. Com o apoio dos ex-presidentes, foi realizado o planejamento para a contratação de atletas. Com uma boa base de juniores, o Guarani foi alcançando vitórias e marcando muitos gols, a maior parte deles por Marcus Vinícius, vindo do Milionários, da Colômbia, por indicação do fisicultor Artur Ruschel.
“Definimos pela escolha do Mano Menezes como técnico e a formação de um time caseiro, mas bastante forte. Trouxemos Caio Jr, o volante Pedrinho e um ‘meia de cinema’, como o Artur chamava, que era o Marcus Vinícius. O jogador pertencia à Tecsat e o passe dele foi estipulado em US$ 200 mil. No final vendemos por US$ 500 mil ao futebol japonês, pagamos dívidas e o restante do valor ficou no caixa do clube para o ano seguinte”, destaca Kolling, que voltou a presidir o Índio em 1998.
Para o futuro, Pedro ressalta que as categorias de base ainda são a chave do sucesso de um clube de futebol. “O Guarani tem que continuar com a base. Ainda entra dinheiro no clube com repasses de jogadores como o Baré e o Edenilson. Além de ter a oportunidade de vender bem, são valores que entram conforme esses atletas são negociados. Tem ainda a questão familiar e o fato de não precisar contratar 20 jogadores todo o ano, correndo o risco de errar”.
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