A venâncio-airense Janine Schwendler, 22 anos, é uma das revelações do esporte, em uma modalidade ainda pouco comum na cidade: o bicicross, também conhecido como BMX. A estudante de Nutrição na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ingressou no esporte por ter amigos que andavam na pista no município e também participaram de eventos. Segundo ela, o bicicross não tem idade. “É dos 6 aos 60 anos competindo”, destaca.
Janine começou no esporte em 2017, com bicicleta e capacete emprestados. Aos poucos, a jovem desenvolveu uma rotina de treinos na pista de bicicross do Parque Municipal do Chimarrão, à tardinha, nos dias que não tem aula, e aos fins de semana. A preparação ainda inclui frequentar a academia três vezes na semana.
A jovem define a participação no bicicross como um hobby e conta que já participou de diversas competições, inclusive duas edições Campeonato Gaúcho. Em quase todas as corridas, conquistou o pódio.
A etapa do Gaúcho de BMX em Santa Cruz do Sul, neste ano, foi a mais marcante para a atleta. “Não foi uma corrida fácil, a pista estava muito pesada, por conta da chuva, e eu estava muito desanimada pois estava um tempo sem conseguir treinar. Apesar de tudo, consegui o primeiro lugar”, lembra.
Um dos aspectos destacados por Janine é a falta de mulheres entre competidores, o que faz com que, em competições menores, não ocorram corridas femininas. “Na região dos Vales, tem apenas eu competindo no Campeonato Gaúcho. Falta incentivo para que mais mulheres comecem e, principalmente, não desistam. Muitas vezes, acabo não correndo pois, se eu quiser, tenho que competir entre os homens e aí é totalmente diferente”, explica. “Precisamos trazer mais meninas para o esporte.”
MAIS INCENTIVO E INICIATIVA
A atleta acredita que muitas mulheres gostam do esporte, mas que, às vezes, falta mais divulgação e iniciativa. “Tenho a sensação que as mulheres têm muito medo, vergonha, acham que é um esporte masculino. Também falta divulgação, muitas não têm nem ideia do que é o bicicross, acabam confundindo com o motocross, ou não fazem ideia de como é uma corrida. A pergunta que eu mais escuto é ‘quantas voltam têm que dar?’. Chega até ser engraçado”, comenta Janine.
“Sempre competi em algum esporte, acabei me apaixonado pelo BMX e tudo o que ele proporciona. Por mais que eu encontre dificuldades em conciliar trabalho, faculdade, treinos e competições, após o fim de cada competição, sinto que vale a pena.”
JANINE SCHWENDLER
Atleta de BMX
