Após um ano de investigações realizadas pelo Ministério Público (MP), a empresa venâncio-airense Lactibom foi alvo, nesta quarta-feira, da operação Leite Compen$ado 10 e Queijo Compen$ado 2. O lacticínio comercializava o produto após a adição de água, inclusive de poços artesianos. O estabelecimento, localizado nos fundos da Comunidade de São José de Linha Travessa, já havia sido interditado quatro vezes desde 2008, e depois foi revendido.
A ação resultou na voz de prisão de sete pessoas no fim da tarde de ontem, entre elas funcionários e o sócio-proprietário, Luciano André Petry. Eles foram encaminhados à Delegacia de Polícia de Venâncio Aires onde prestaram depoimento e, apenas, Petry e o responsável pelo controle de qualidade, Fábio Bayer, foram encaminhados à Penitenciária Masculina de Venâncio Aires, na noite de ontem.Além do lacramento da fábrica, foi feita a apreensão de materiais, entre computadores, planilhas e um caminhão. A adição de água foi comprovada em 15 laudos. Em um deles foi constatado 32% a mais de água. Além disso, escutas telefônicas evidenciaram a fraude (veja no infográfico).
Caminho da fraudeDepois de fraudado, a empresa DRW Comércio de Lacticínios era a responsável pela distribuição do produto. Já o leite que não conseguiam fraudar – que estava muito estragado – tornava-se queijo e era comercializado em uma queijaria de Lajeado. Alguns deles apresentavam, inclusive, coliformes fecais. O transporte era feito pela transportadora Débora Reckziegel Weschenfelder (DRW), empresa que teve um caminhão aprendido. Uma empresa de produtos de limpeza também será responsabilizada por fornecer materiais – supostamente utilizados para adulteração.
Recolhimento no mercado
A operação incluiu a determinação do recolhimento da marca Lactibom de depósitos e de supermercados em todo o Rio Grande do Sul. Mais de 300 estabelecimentos comercializam os produtos da marca.O sub-Procurador Geral de Justiça Fabiano Dallazen determinou e orientou que as pessoas não consumissem produtos desta marca, e caso tivessem comprado algo retornassem ao estabelecimento e solicitassem ressarcimento. O trabalho a partir de agora é da Vigilância Sanitária de cada município que deve retirar o produto de depósitos e mercados.
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Escutas telefônicas evidenciam a fraude. Clique no play:
Luciano Petry fala com outro homem sobre uma remessa de leite. Ele orienta que o homem não lave roupa dentro do tanque, em função da má qualidade do leite.
Escuta 2:
A orientação, segundo o sub-Procurador Geral de Justiça é Fabiano Dallazen, é de que as pessoas não consumam nenhum produto da Lactibom. “Os produtos estão distribuídos em mais de 300 estabelecimentos”, destaca. O trabalho, a partir de agora de acordo com Dallazen, é da Vigilância Sanitária que deve percorrer os estabelecimentos e retirar o produto das prateleiras.
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