Com informações de Marluci Brum.
Dos 14 postos de saúde existentes em Venâncio Aires, apenas três disponibilizam atendimento pediátrico. O serviço é oferecido nos bairros Gressler, Santa Tecla e centro, sendo que nenhuma das oito unidades da zona rural possui a especialidade.
Conforme a Associação dos Médicos de Venâncio Aires (Amva) e a Secretaria Municipal de Saúde, sete pediatras trabalham no município. Desses, somente quatro atuam também em postos de saúde. Para alguns profissionais, a falta de médicos voltados à pediatria, hoje, pode ser a consequência de uma desvalorização na profissão ocorrida nos últimos anos.
No ano passado, os pediatras do corpo clínico do Hospital Santa Cruz (HSC), de Santa Cruz do Sul, érico Borowski, Fabiani Renner, João Garcia e Tatiana Kurtz, escreveram um artigo sobre a situação da pediatria, onde afirmaram que â“pediatras e clínicos vêm tendo um achatamento em suas remunerações em relação à outras especializações. Estamos vendo nos últimos anos, o fechamento de muitos consultórios pediátricos pelo baixo retorno financeiro.â”
Para o secretário municipal da saúde, Celso Artus, essa falta geral deve ser revertida em breve. O executivo anunciou que trabalha para lançar um novo plano de carreira para os médicos. A proposta vai contemplar melhores salários e redução de carga horária. â“Nas cidades daqui da região, que eu vou, todos falam que precisam de pediatra.â” A opinião da coordenadora do curso de medicina da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Susana Mueller vai ao encontro da expectativa do secretário. â“Acredito que [o desinteresse] se dá pela baixa remuneração, o que atualmente encontra-se em um processo de reversão, já que a falta do profissional faz ele ser mais valorizado no mercado.â”
Com relação a Venâncio, o secretário garante que, apesar da falta desse especialista, o município dá conta da demanda. â“Mesmo faltando profissionais, os que estão em Venâncio, têm conseguido, com muita dedicação, atender a comunidade.â”
O pediatra Jesus do Couto, que atua nessa especialização há mais de 30 anos, destaca como mudança positiva, percebidas no decorrer dos anos na profissão, a diminuição de muitas patologias graves que existiam antes. Ele cita como exemplo a desnutrição, a desidratação grave, verminoses intensas e casos graves de meningites, hoje raramente encontradas no dia a dia da especialidade. Além disso, Couto ressalta: â“Muitos exames nos ajudam a realizar diagnósticos e iniciar seus tratamentos curativos mais rápidos. Medicamentos mais potentes que nos ajudam a curar e melhorar patologias muito graves.â”
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Outra realidade da medicina é a demanda por médicos que queiram atender em postos de saúde, principalmente quando se trata de cidades do interior.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, Celso Artus, os motivos, no geral, por essa dificuldade está na baixa remuneração e pelas condições oferecidas aos profissionais. No entanto, ele garante que, isso não ocorre em Venâncio. â“Oferecemos condições de trabalho e ainda estamos estudando um plano melhor de carreira que deve ser concluído em breve.â” Sobre esse plano o secretário informou que a ideia é atrair médicos, independente da especialização, para trabalhar na saúde pública de Venâncio Aires, por meio de uma carga horária reduzida e um salário melhor.
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*Colaborou Alan Faleiro