Período exato e mais ideal para produzir tabaco com excelente qualidade e produtividade, aliado ao clima favorável, tem influenciado os produtores a intensificar o plantio do tabaco da Safra 2014/15.
O gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) de Santa Cruz do Sul Iraldo Backes, observa que entre os dias 5 de agosto a 15 de setembro, é o período certo historicamente. “Na região dos Vales temos cerca de 50% do tabaco já transplantado em média. Algumas regiões localizadas já concluíram o transplante principalmente nas áreas baixas dos Vales”, acentua.
Enquanto a maioria dos fumicultores ainda têm tabaco para plantar, outros estão efetuando os tratos culturais, como é o caso do casal Otto e Leonora Posselt, morador de Linha Isabel. O casal encerrou o plantio dos 55 mil pés na semana passada e nesta, iniciou a salitragem no tabaco plantado há um mês. Posselt acredita que o tabaco estará no ponto de colheita a partir do dia 20 de outubro e se estenderá até o dia 20 de janeiro de 2015. Todavia, o desenvolvimento da cultura dependerá das condições climáticas favoráveis.
Para quem plantou o tabaco há um mês ou mais, Iraldo Backes orienta que o fumicultor deve proceder os tratos culturais, como salitramento, aterramento, cultivação, segundo salitramento, cuidados com os insetos, entre outros procedimentos.
Para esta safra, a expectativa de Posselt é de repetir a colheita passada, que foi muito boa, tanto em qualidade do tabaco – colheu na média 11 arrobas por mil pés, como o rendimento, pois a venda igualmente foi satisfatória. Ele obteve um rendimento na média de R$ 125 a arroba. “Não tenho do que me queixar da venda”, resume.
Tabaco ainda é a melhor opção
Desde que o Brasil assinou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), em 2005, há muita pressão contra a cultura. Desde então, os representantes dos fumicultores orientam para que eles diversifiquem as atividades e não dependam somente do tabaco. Porém, é unanimidade entre os produtores que não exites outra cultura que proporciona o mesmo rendimento numa pequena área de terras e, principalmente, na região serrana do município, onde a geografia é muito acidentada.
Posselt está ciente desta realidade, no entanto, os seus 45 hectares são muito acidentados e não permitem que ele invista forte em outras culturas. Os 45 hectares são divididos em duas áreas – uma de 20 e a outra de 25. Nos 20 hectares, não consegue plantar mais do que 20 mil pés, pois o restante é mato nativo e morro, o que impossibilita o trabalho mecanizado, embora conte com um trator.
Além disso, Posselt investe na fumicultura pensando no futuro dos dois filhos, que ainda são adolescentes, para garantir o estudo e a formação deles, e também, oferecer o conforto necessário para uma qualidade de vida melhor. Posselt afirma que não sabe se os filhos, depois de concluírem o ensino médio, vão continuar na lavoura. Em caso positivo, ele precisa deixar a propriedade equipada e produtiva. E uma das dificuldades hoje para que os filhos permaneça no interior, é que eles não podem trabalhar na lavoura até os 18 anos. “Se na adolescência eles não aprendem as lidas da lavoura, dificilmente depois que completarem a maioridade, criarão o gosto para continuarem na agricultura”, observa.