Uma audiência para debater a reformulação do sistema rotativo de estacionamento foi realizada ontem à tarde, no Plenarinho João Jorge Hinterholz, da Câmara de Vereadores. Parlamentares, secretários municipais e representantes de diversas classes e entidades participaram do encontro proposto pelo vereador Celso Krämer (PTB). No entanto, a reunião mostrou que ainda há questões para se debater, até que uma nova mudança seja implantada. O principal ponto discutido foi a proposta do Executivo, que já tramita no Legislativo, de implementar o sistema com parquímetros.
Muito além do investimento para adquirir e manter o sistema com máquinas, que foi a maior dúvida apresentada por quem participou da reunião, a preocupação apontada ainda é com os empregos mantidos pela União das Associações de Moradores de Venâncio Aires (Uamva), que é a entidade gestora. Atualmente, 41 pessoas estão empregadas.
Com o projeto de lei do Executivo sobre o assunto tramitando, os discursos com prós e contras sobre o sistema de parquímetros alimentaram um debate produtivo entre vereadores de situação e oposição, que juntos buscam a melhor solução para o estacionamento no centro de Venâncio Aires.
Embora tenha se mostrado preocupado com os empregos, Krämer disse que se lhe convencerem, através de números, de que o parquímetro é mais vantajoso, será favorável. Entretanto, pediu uma avaliação aprofundada do tema.
O vereador José Ademar Melchior (PMDB), também pediu mais debates e disse que concordaria com parquímetros, se eles pudessem ser manuseados com cartões, facilitando, especialmente, as pessoas com pouca instrução e garantindo mais comodidade.
Presidente da Casa, Telmo Kist (PDT) e o líder do PDT na Câmara, Jarbas da Rosa (PDT), defenderam os parquímetros como a possibilidade de tornar o sistema autossustentável e dedicar os recursos investidos pelo Município atualmente, em outras áreas.
A Uamva, através do presidente João da Silva, manifestou a preocupação com os funcionários do rotativo. “Quem vai pagar o pão dos filhos destes funcionários?”, interrogou. O gerente do rotativo, Luiz Tuppel, falou dos avanços, mas não escondeu as dificuldades que a entidade vem encontrado para arranjar mão-de-obra. Segundo ele, acontencem muitas demissões e a notícia dos parquímetros vem assustando os monitores. Além disso, apresentou números que provam que o sistema atual ainda depende do auxílio mensal do Município.
Representando o Lions Clube, Claudio Dietrich observou que o grande problema do parquímetro costuma ser com o troco e com a ação de vândalos. Destacou a necessidade de aumentar o número de fiscais de trânsito caso ocorra a mudança. Ele trouxe, inclusive, um vídeo que mostra a opinião de moradores em uma cidade que já possui os parquímetros.
Os secretários municipais de Infraestrutura e Administração, Ronald Artus e Leandro Pitsch, colocaram a posição do governo municipal e garantiram que, se forem implantado os parquímetros, cerca de 50% dos empregos atuais serão absorvidos com o novo sistema. Aos demais, garantiram que há vagas em Venâncio e destacaram a qualificação gratuita através dos cursos do Pronatec. “Se aprovado, podemos instalar gradualmente, começando em uma única quadra”, disse Artus. A ideia, de iniciar o sistema de forma experimental, foi bem aceita entre os participantes.
Embora o projeto esteja apto para ser votado na próxima segunda-feira, 4, o presidente da Comissão de Agricultura, Obras e Serviços Públicos, José Cândido Faleiro Neto (PT), que foi quem conduziu a audiência, acredita que a proposição será baixada para a análise das comissões. Antes de entrar para votação, vereadores e Executivo irão se reunir com uma empresa que implementa esses equipamentos, para buscar informações detalhadas sobre o sistema, custos, e buscar definir de que forma seria feita a concessão do serviço. O encontro está agendado para a próxima terça-feira, 5.
