Agricultor aposta no cultivo de arroz japonês

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Um cultivo que não é comum na região tem sido motivo de satisfação para o agricultor João Batista Schroeder, 55 anos. Nos últimos dias, ele começou a colheita do arroz japonês, também conhecido como arroz chumbinho ou italiano. “É o arroz próprio para risoto. Fica ótimo na galinhada e no carreteiro, e também usado no sushi”, diz o produtor.

Esta deve ser a maior safra desde que começou o cultivo, há cinco anos. A expectativa é de colher, pelo menos, 60 sacos, o equivalente a três mil quilos. “Igual a este ano ainda não tivemos uma safra. Além da quantidade, a qualidade do grão está muito superior”, avalia o produtor de Linha Taquari Mirim.

Para ele, um ditado antigo, utilizado pelo pai, define bem o que aconteceu nesta safra. “Para o arroz produzir bem tem que ter ‘cabeça’ no sol e os ‘pés’ na água. Com a irrigação da água do açude, conseguimos manter a umidade embaixo, enquanto a maioria dos dias foram de muito sol e tempo seco. Foi o clima perfeito. Se tem cerração na época da floração, a safra fica muito pequena”, explica.

Quando começou a produzir o arroz japonês, Batista não tinha nenhuma prática com a cultura, mas a experiência deu tão certo que amigos de várias cidades já buscaram uma ‘prova’ do produto – inclusive, já chegou a ser levado para a Itália. “Resolvi plantar esse arroz porque é não é comum hoje, é difícil de encontrar, mas muita gente conhece de antigamente”, comenta.

Inclusive, todos os anos, durante a colheita, ele conta com a ajuda de vizinhos e conhecidos que fazem questão de auxiliar na colheita manual, feita com foice. “É uma coisa tradicional, e umas quatro ou cinco pessoas sempre vêm ajudar. São pessoas de idade, que fazem questão de participar. Depois, ganham o arroz em troca”, afirma.

ESPAÇO x PRODUTIVIDADE

Outro aspecto destacado pelo agricultor é que o cultivo não demanda muito espaço. A área plantada, neste ano, é de 0,23 hectare. “É um espaço pequeno e a produtividade é grande.” Ele observa, no entanto, que para grandes produtores, que utilizam a colheitadeira, a produção não é vantajosa pois, quando começam a secar, os grãos pesam e os pés pendem para o chão. Com isso, no corte, perde-se parte dos grãos. “Já com a foice, consegue-se aproveitar 100%.”

Para Batista, que é proprietário de um viveiro de mudas de árvores nativas e de eucalipto, junto da esposa Mara Joceli de Oliveira Schroeder, 52 anos, a produção de alimentos é uma forma de aproveitar a terra da melhor forma e ainda garantir que a comida consumida pela família seja saudável. “O arroz, assim como todo alimento que produzimos, não tem nada de agrotóxico”, reforça.


“É um tipo de arroz que não é comum hoje, é difícil de encontrar, mas muita gente conhece de antigamente.”

JOÃO BATISTA SCHROEDER Agricultor


APROVEITAMENTO INTEGRAL

Uma característica interessante da produção de arroz da família Schroeder é o aproveitamento integral da produção. A casca do arroz é utilizada como proteção do solo nas lavouras de feijão, milho e alho. Já a quirela e o farelo de arroz são usados para alimentação de animais. “É um aproveitamento de 100% do produto”, resume Batista.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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