O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) projeta estar com suas dívidas em dia a partir do próximo mês. Parcelas referentes a operações de crédito junto a instituições financeiras – que somam total de R$ 15,79 milhões – e outras pendências, como obrigações sociais e trabalhistas, serviços médicos e de terceiros, impostos e fornecedores, podem voltar aos trilhos das negociações caso receitas previstas se confirmem para o período. “Estamos trabalhando, sim, com a expectativa positiva. Queremos ganhar ainda mais fôlego para que possamos equilibrar as receitas e as despesas”, afirmou o presidente Luciano Spies.
Ele destacou que, em 2020, o HSSM não contraiu novos empréstimos, o que tem tornado possível o abatimento da dívida bancária e o pagamento de valores acordados em renegociações. “Para bancos são cerca de R$ 600 mil mensais, que honram compromissos de juros, taxas e amortização. Metade cobre juros e taxas, outra metade amortiza a dívida, o que nos permite dizer que, nos primeiros três meses do ano, ficamos perto de R$ 1 milhão de amortização”, esclareceu. De janeiro para cá, disse o presidente, “estamos com os honorários médicos praticamente em dia, pois pagamos atrasos com recursos da Prefeitura e da União”, declarou.
De acordo com ele, profissionais responsáveis pelo sobreaviso, plantonistas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), médicos do Centro de Diagnóstico de Imagem (CDI), fisioterapeutas e servidores de laboratórios devem ficar com “apenas um mês de atraso”. Pediatras, plantonistas que trabalham no Pronto Atendimento do HSSM e médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) estão com os vencimentos em dia. Férias também foram acertadas e parcelamentos referentes às 33 demissões consolidadas no início do ano encerram em junho. Para o início de maio, a previsão é de que a folha seja paga novamente em dia, como ocorreu este mês.
R$ 500 MIL
Spies adiantou que o Executivo deve enviar à Câmara de Vereadores, em breve, um projeto de lei que prevê o repasse de R$ 500 mil para o hospital. O dinheiro virá do fundo em benefício da UTI Neonatal e será ressarcido posteriormente. O trabalho é intenso, também, no sentido de viabilizar a troca de operações antigas por outras de juros mais baixos. “É muito importante que liquidemos as operações com juros mais elevados. Temos todo o cuidado para evitar títulos protestados, pois nós sabemos que, ali na frente, vamos ter que recorrer a novos financiamentos e não podemos ter nada que inviabilize o acesso às linhas de crédito”, explicou. Uma antiga pendência com a empresa que representava os pediatras também está sendo negociada.
EMENDAS
O “fôlego momentâneo”, como descreveu o presidente, é fundamental para garantir um ambiente mais tranquilo de trabalho na casa de saúde. E, se em maio forem liberadas as emendas previstas para o hospital, será possível encaminhar mais uma redução significativa do déficit. “No total, são R$ 3,5 milhões em emendas parlamentares, fruto da peregrinação a Brasília em 2019. O hospital vai ficar com cerca de R$ 2,6 milhões, enquanto outros R$ 900 mil para a Secretaria de Saúde. Tudo graças às articulações políticas de todos os nossos representantes em Venâncio Aires. Esta corrente precisa continuar. Embora tenhamos conseguido superar alguns obstáculos, há muitos outros para serem enfrentados”, concluiu.
ENERGIA ELÉTRICA
- O presidente do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), Luciano Spies, informou que a casa de saúde parte para resolver, nos próximos dias, a única pendência que faz com que esteja registrada no Serasa: a de energia elétrica.
- De acordo com ele, a dívida com a concessionária se aproxima de R$ 400 mil e devem ser quitadas duas parcelas mais antigas, que somam cerca de R$ 86 mil. Depois, será encaminhada uma renegociação do valor restante.
- Para a quitação dos R$ 86 mil, Spies pretende usar recursos provenientes de emendas parlamentares que devem entrar no caixa do hospital, resultado de peregrinação a Brasília realizada no ano passado.
- Segundo ele, o Executivo está enviando para a Câmara de Vereadores um projeto referente a emendas dos deputados federais Danrlei de Deus Hinterholz (PSD) e Giovani Cherini (PL), de R$ 100 mil e R$ 200 mil, respectivamente. Como os recursos são para custeio, entram no caixa livre e podem ser utilizados como o hospital precisar.
Dívidas
Bancos
• Curto prazo: R$ 7,022 milhões
• Longo prazo: R$ 8,768 milhões
• Total: R$ 15,790 milhões
Outros
• Obrigações sociais: R$ 4,695 milhões
• Obrigações trabalhistas: R$ 3,174 milhões (provisão dos salários do mês de dezembro, provisão de férias, parcelas das rescisões realizadas em novembro e dezembro de 2019 e segunda parcela do 13° salário em atraso na época, agora quitada).
• Serviços médicos e de terceiros: R$ 2,408 milhões (provisão dos honorários do mês de dezembro e honorários em atraso, mas negociados).
• Impostos: R$ 1,749 milhão (valor do mês, mais os parcelados e Guias de Recolhimento Rescisório do FGTS das rescisões realizadas em novembro e dezembro, agora quitadas).
• Fornecedores: R$ 1,226 milhão (valores com suas devidas parcelas em dia).
