A importância da Patrulha Maria da Penha para as vítimas de violência doméstica

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A atuação da Patrulha Maria da Penha (PMP) de Venâncio é destacada na região. De acordo com a capitão Michele da Silva Vargas, os acompanhamentos estão ‘em dia’ e os resultados com as vítimas de violência doméstica são satisfatórios. Atualmente, há 25 mulheres cadastradas e que recebem visitas rotineiras da Patrulha. Em alguns casos, as vítimas dão nova chance ao companheiro e retomam a vida; em outros, decidem dar fim ao relacionamento e buscar um recomeço.

São casos como a de uma cabeleireira. Depois de um relacionamento conturbado, que durou longos anos, ela conseguiu vencer o medo e com auxílio da PMP, deu a volta por cima e hoje vive uma nova vida. “Hoje sou muito feliz e muito disso devo ao trabalho da Patrulha”, agradece.

A mulher, que era dependente do ex-companheiro, hoje se orgulha de estar pagando as próprias contas. “Não foi nada fácil, mas para quem só chorava e vivia com medo, hoje já consigo dar risadas”.

Ao falar sobre a importância do acompanhamento recebido, diz que foi através da Patrulha que teve forças para superar aquele momento. “Estão sempre prontos para nos ajudar”, resumiu.

CONTURBADO

Mas nem tudo são flores. Na contramão do caso citado acima, há muitas mulheres que vivem com medo. Foram agredidas, humilhadas e hoje têm dificuldades para se livrar do ex. Mesmo tendo o resguardo das medidas protetivas da Lei Maria da Penha, seguem em busca de paz e liberdade para dar novo rumo à sua vida.

É o caso de uma moradora do bairro Aviação. Mãe de três filhos, há pouco mais de um ano decidiu dar fim ao relacionamento, mas só conseguiu fazer isso há cerca de 50 dias. No começo, solicitou as medidas protetivas, mas não quis o acompanhamento da Patrulha, pois achou que o ex-companheiro a deixaria em paz para seguir o seu caminho.

Mas segundo ela, isso só aconteceu quando ela fez o cadastro e passou a ser assistida pela Patrulha. “No começo ele não respeitava as medidas protetivas, mas assim que soube que a Patrulha estava me acompanhando, tudo mudou”, disse.

Hoje, a mulher que teve um relacionamento conturbado por causa do consumo de álcool e ciúmes, chegando a ser agredida físico e psicologicamente, vive uma nova vida. “Hoje não bebo mais. A bebida não me faz mais bem. Quero sonhar meus sonhos e ir mais além”, menciona.

Conforme a soldado Catiele Faller, todas as mulheres cadastradas recebem visitas periódicas e têm um contato direto com os integrantes da PMP. “E o primeiro passo após uma mulher se cadastrar, é avisarmos o agressor da decisão tomada pela vítima”, avisa a integrante da Patrulha Maria da Penha.

ATUAÇÃO DA PATRULHA

Coordenadora da Patrulha Maria da Penha no Rio Grande do Sul, a major Karine Brum falou da atuação da entidade, que foi criada em 2012, pelo esforço da então tenente-coronel Nádia Gerhardt. “É preciso esclarecer que tudo começa a partir de uma ligação para o 190, mas a Patrulha só inicia sua atuação depois de ser notificada pelo Poder Judiciário”, explicou.

Formada em Direito, a major Karine mencionou que após o atendimento de emergência pelo 190, o caso é registrado na Delegacia de Polícia. “Depois que a mulher relata uma situação de violência doméstica e solicita as medidas protetivas, cabe ao Poder Judiciário entender se as medidas são pertinentes, com afastamento do agressor do lar e a proibição de qualquer tipo de contato”, observa.

Com o deferimento desta medida, segue a oficial, o Judiciário encaminha uma cópia da decisão à Brigada Militar e solicita o acompanhamento da PMP. E, a partir de então, a vítima, se quiser, começa a receber as visitas. “É uma visita pós-delito”, ressalta a coordenadora.

A major Karine salienta que a atuação da PMP vai além dos atendimentos às vítimas. “Toda a situação que encontramos na visita é comunicada ao Poder Judiciário, tanto para gerar o arquivamento do caso, como para gerar a prisão do agressor, em caso do descumprimento”, avisa.

“Não foi nada fácil. Para quem só chorava e vivia com medo, hoje já consigo dar risadas.”

MULHER
Vítima de violência doméstica

“Hoje não bebo mais, pois a bebida não me faz bem. Quero viver meus sonhos e ir mais além.”

MULHER
Vítima de violência doméstica



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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