Você sabe qual é o destino dos veículos que se tornam inservíveis? E dos carros guinchados ou irregulares, que saem de circulação e nunca mais são buscados em depósitos? A maioria deles, permanece anos, se não, décadas, ‘atirados’ em depósitos, ferros-velhos, sem um destino correto. A reciclagem, apontada como o caminho correto, no entanto, ainda dá passos lentos no Brasil. Em compensação, dobra a cada ano, o número de veículos em circulação.
Em Venâncio Aires, a situação não é diferente. Desde que foi criado o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os veículos nesta situação são levados para o Guinho Fontoura, no Acesso Dona Leopoldina, que tem o credenciamento para atuar como Centro de Remoção e Depósito (CRD). E por lá ficam, até que um destino seja dado a eles.
No entanto, uma iniciativa pioneira no estado, trouxe à Venâncio Aires na última semana, um equipamento que vai garantir que cerca de 120 veículos, entre automóveis e motocicletas, tenham uma destinação correta. O número não contabiliza alguns veículos de um antigo CRD de Venâncio, que também foram levados para descarte, pois também estavam abandonados.
A máquina, vinda de Miami, Estados Unidos, de alta tecnologia, permite que os veículos sejam prensados e encaminhados para a siderúrgica da empresa Gerdau, líder no setor de metais, que vai reciclar o material ferroso. A empresa vencedora da licitação para o serviço, atende todos os Centro de Remoção e Depósito do estado. O Detran é um dos pioneiros na reciclagem de sucatas e veículos abandonados nos depósitos da autarquia.
Todo o maquinário foi levado até uma área localizada ao lado da Usina de Triagem, em Linha Estrela, onde eles foram compactados. Conforme o proprietário do depósito, Juarez Fontoura, veículos parados há mais de 10 anos no pátio foram encaminhados para a chamada compactação, que é o primeiro processo que leva a ‘sucata’ para ser transformada em material reciclável. “Os veículos levados para a compactação possuem algum tipo de problema, seja judicial, mecânico, ou de perda total devido acidentes e acabaram nunca sendo buscados por seus donos ou não podem voltar a circulação”, explica Fontoura.
A reciclagem permite, além da liberação de espaço nos depósitos, impedir que peças sejam utilizadas indevidamente e dar uma destinação ambiental e ecologicamente correta a metais e outros componentes dos veículos.
DESCONTAMINAçãO E RECICLAGEM
Conforme informações do governo do Estado, os carros são submetidos à descontaminação e prensagem antes de encaminhados como matéria-prima a siderúrgicas. A reciclagem acontece em três momentos: descontaminação, compactação e trituração.
Na descontaminação, são retirados do veículo bateria, cilindro de gás (combustível), catalisador e fluidos (óleo e combustível). Na compactação, o veículo é colocado em uma prensa para reduzir o seu volume, facilitando o transporte, e para descaracterizá-lo, de forma a impedir qualquer reuso de peças. Já na trituração o veículo compactado é colocado em equipamento especial para ser triturado e ter separado seu material ferroso, que será então encaminhado à reciclagem. Tanto a estação de descontaminação, quanto a unidade de compactação são itinerantes e podem se deslocar por todo o estado.
