Não é de hoje que o dinheiro falso circula no comércio. Geralmente, golpistas se valem de locais com grandes aglomerações – como bailes e festas – para repassar cédulas falsas e sair com o troco de dinheiro verdadeiro. Porém, em meio a pandemia do novo coronavírus, onde aglomerações de pessoas estão proibidas, algumas cédulas falsas apareceram no comércio. São notas de R$ 50 e R$ 100, onde se percebe uma boa falsificação.
Para um leigo, o dinheiro passa normalmente, pois o papel é semelhante e são mantidas outras características na impressão. Mas para uma pessoa que trabalha diariamente com dinheiro, a falsificação é vista a olho nu. “Consegui perceber que a textura do papel é mais grossa, o tamanho da cédula é menor e há aspectos que aparecem na cédula falsa, que não constam na verdadeira”, comentou um empresário, que recebeu duas cédulas falsas.
Ele se refere, por exemplo, ao manuscrito que aparece em uma das margens superiores da cédula de R$ 100. Em um ponto, dependendo da inclinação da nota, é possível ver o número 100 ou a inscrição Real. Na cédula falsa aparecem, simultaneamente, o número e o escrito. Em outro ponto, quase no meio da cédula – e dependendo da luminosidade -, é possível ver o desenho de um peixe. Na nota falsa ele aparece sem precisara de luz.
PRESTE ATENÇÃO
Na Delegacia de Polícia de pronto Atendimento (DPPA), nenhum caso presencial foi registrado nos últimos dias. “Situações como estão são feitas via on line”, explica o delegado Vinícius Lourenço de Assunção.
Segundo ele, apesar de seus inegáveis benefícios, o avanço da tecnologia tem permitido a confecção de moedas falsas, cada vez mais similares com as verdadeiras. “Isso gera prejuízos a todos, especialmente àqueles que lidam com dinheiro em suas atividades cotidianas”, observa.
O titular da DPPA salienta que a atenção na hora de receber cédulas deve ser a maior possível, principalmente em se tratando de grandes quantias ou de cédulas de valores mais elevados. “Atentar para detalhes de segurança – presentes em cédulas oficiais – pode reduzir, em muito, o risco de receber notas falsas em pagamento”, diz.
Uma estratégia comum daquele que possui notas falsas e pretende colocá-las no mercado, avisa o delegado Vinícius, é a de realizar compras de baixo valor e dar em pagamento a cédula falsa, de maior valor, recebendo como troco apenas notas verdadeiras. “As notas vão sendo apresentadas aos poucos e em estabelecimentos diversos, visando não despertar a atenção da população”.
Conforme o delegado Vinícius, mesmo que a atribuição para a investigação deste tipo de crime seja da Polícia Federal, a Polícia Civil realiza os registros e subsidia as investigações instauradas com informações que podem ser úteis para a captura dos responsáveis.