Muitas vidas sentem os reflexos do coronavírus. Algumas são infectadas pelo vírus, outras sentem os efeitos no ‘bolso’. Isso porque desde que a pandemia começou, a situação econômica mundial vem traçando um novo cenário a cada dia. A exemplo de instituições em todo o Brasil, diversas empresas de Venâncio Aires aderiram ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, instituído pela Medida Provisória 936.
Somente no setor metalmecânico, conforme dados repassados pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Venâncio Aires, mais de 1200 profissionais – cerca de 38% – já foram afetados de forma direta com suspensão temporária de contratos de trabalho ou redução proporcional da jornada e dos salários. O setor é um dos mais forte na economia de Venâncio Aires e um dos que mais emprega o ano todo.
Conforme o presidente do sindicato, Adolfo Celoni da Rosa, são cerca de 3.200 funcionários ligados à entidade e, dos que foram afetados de alguma forma, a maior foi com a redução de 70% da carga horária e dos salários – mais de 740 profissionais tiveram essa diminuição.
Uma das empresas que adotou essa medida foi a Metalúrgica Venâncio, quinta maior empresa do município por Valor Adicionado Fiscal (VAF) e a maior do ramo metalmecânico. De acordo com o proprietário, Marcelo Campos, 15% da empresa está trabalhando normal. Esse percentual atua na ‘linha do frio’, responsável pela fabricação de fogões a lenha.
Com 780 funcionários, a empresa trabalhou, no mês de abril, com uma redução de até 70% para cerca de 50% dos colaboradores. Segundo Campos, apenas 25% da exportação prevista está acontecendo.
Outros setores
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Calçado e do Vestuário de Venâncio Aires e Mato Leitão, João Émerson Dutra de Campos, cerca de 70% das empresas do ramo optaram por alguma das opções da Medida Provisória 936.
Quem também afirma que as empresas estão optando pela modalidade é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires, Rogério Borges Siqueira. Mesmo que não confirme quantas empresas do setor realizaram essa adesão, ele garante que é uma grande parte que vem optando pela redução da carga horária ou a suspensão de contratos pela dificuldade que vem enfrentando. “Sabemos de empresas que estão sofrendo muito com o momento”, complementa.