A indústria da alimentação não para

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Ao contrário de muitas empresas que precisaram paralisaram serviços por um período, por conta da necessidade de distanciamento social e dos reflexos na economia, a indústria de alimentos se mantém ativa, mesmo durante a pandemia do coronavírus. Em Venâncio Aires, são 83 indústrias de alimentação, em 25 ramos, entre as quais as mais representativas são os frigoríficos, as ervateiras e as padarias.

Nos últimos meses, muitas empresas fizeram algumas readequações na rotina de trabalho e, em alguns casos, ampliaram a produção para garantir o abastecimento dos produtos para a população, que mudou os hábitos de consumo, durante o isolamento social.

Segundo um dos sócios da Arrozeira Santos, Airton Santos, logo no início da quarentena, as vendas aumentaram em virtude da elevação do consumo. A empresa, localizada em Picada Nova, produz em média 220 toneladas de arroz beneficiado, ao mês. Em março e abril, chegou a produzir aproximadamente 300 toneladas por mês.“A produção de arroz teve um pico em março e abril, aumentando cerca de 25% o nível de produção. Já em maio, as vendas voltaram ao normal”, afirma o empresário.

Apesar do aumento da produção, a arrozeira manteve a mesma equipe de trabalho, formada por oito colaboradores. Santos explica que o grupo adotou todas as medidas de prevenção, em relação às questões de higiene e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “A expectativa é que, em breve, tudo volte ao normal.”

O empresário comenta que, apesar da tentativa de manter o preço do produto para o consumidor final, essa tem sido uma dificuldade, neste momento, porque houve aumento de cerca de 25% no preço do arroz em casca – comprado pela indústria venâncio-airense para o beneficiamento.

Segundo ele, isso ocorreu porque o arroz em casca, produzido no Brasil, passou a ser comercializado para outros países. “A produção aumentou para atender a demanda dos outros países, como o México, que, nos últimos meses, fez uma compra bem significativa do produto”, argumenta.

Produção frigorífica se mantém estável em Venâncio

No Frigorífico Kroth, procura pelos cortes de churrasco diminuiu, enquanto cresceu a demanda por outros tipos de corte bovino (Foto: Divulgação)

O Frigorífico Kroth, de Santa Emília, intensificou os cuidados com higiene e proteção pessoal, que já faziam parte do dia a dia da indústria alimentícia antes da pandemia de Covid-19. O frigorífico também fez algumas readequações da equipe. Atualmente, a empresa conta com 419 funcionários ativos, sendo que 13 foram afastados, por fazerem parte do grupo de risco do coronavírus.

Apesar da remodelação no trabalho interno, a produção se manteve na mesma média. De acordo com o diretor da indústria, Fábio Kroth, em fevereiro, foram abatidos 6.391 bovinos; em março, 6.822; e em abril, 6.870. “A produção se manteve, o que ocorreu foi uma elevação do custo de produção por causa das adequações sanitárias dos protocolos de proteção contra a Covid-19”, explica.

Kroth comenta que, nas últimas semanas, houve uma mudança em relação ao foco de consumo. “Com as novas medidas de isolamento social, os cortes de churrasco sofreram redução. Já as vendas de outros cortes de carne bovina tiveram aumento de consumo”, observa.

Para Kroth, inicialmente, as decisões foram bastante drásticas em relação ao fechamento de algumas empresas, porém, ele acredita que, com isso, as pessoas estarão mais preparadas para as próximas decisões. “Os órgãos administrativos estão percebendo que a saúde e a economia devem se manter equilibradas”, considera.

Indústrias do ramo alimentício do município

  • As indústrias de alimentação têm um papel importante na economia de Venâncio Aires. De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Eleno Stertz, as 100 maiores empresas de 2018 pelo Valor Adicionado Fiscal (VAF) representam 90,99% do Valor Adicionado do município. “Entre elas, temos oito indústrias de alimentação, que somam 9,9% do Valor Adicionado Fiscal”, pontua.
  • O setor de proteína animal é um dos mais representativos, em termos financeiros. Ao todo, conforme relação emitida pela Secretaria da Fazenda, são nove frigoríficos em Venâncio, além de uma empresa de abate de aves, uma de produtos de carne e uma de preparação de subprodutos do abate.
  • Estão instaladas no município seis indústrias de fabricação de alimentos e pratos prontos, o que inclui pizzas e pastéis congelados, por exemplo. Além disso, são seis empresas de fabricação de massas alimentícias.
  • As indústrias de produtos de padaria e confeitaria com predominância de produção própria são 28, além de uma de panificação industrial e uma padaria e confeitaria com predominância de revenda.
  • São cinco indústrias de produtos para infusão (chá, mate, etc.), as quais incluem as ervateiras.
  • Três de fabricação de cervejas e chopps, uma fábrica de refrigerante e uma de sorvetes e outros gelados comestíveis também integram a lista.
  • Além disso, entre os ramos alimentícios existentes em Venâncio estão o de beneficiamento de arroz; fabricação de açúcar bruto; biscoitos e bolachas; preparação do leite; conservas de legumes e outros vegetais; frutas cristalizadas, balas e semelhantes; fábrica de gelo e de produtos derivados do cacau e de chocolates.

*Colaboraram:Eduarda Wenzel e Juliana Bencke

    

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