Família Gonçalves aposta na comercialização processada de nozes

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Com o objetivo de diversificar e buscar outra fonte de renda, em 2010 o casal Cândido e Adelaide Silvana Gonçalves, encerraram a cultura do tabaco para investir em 500 pés de noz-pecã. A propriedade, em Linha Picada Nova, tem 5,5 hectares das árvores. E hoje, a família se prepara para implementar a agroindústria para processar e comercializar as nozes.

A família vem de uma safra ‘graúda’, afinal, foram 1,6 mil quilos colhidos em 2019, mas já observa uma drástica quebra na produção deste ano. “Nesta safra, vamos torcer para chegar nos 600 quilos brutos”, acrescenta Gonçalves.

A quebra na produção está aliada à estiagem que afetou o município, mas também ao excesso de chuva na polinização da nogueira. “Em outubro, quando a árvore estava cheia de flores, aquele monte de chuva fez com que as flores caíssem. Depois veio a seca no início do ano que castigou o que sobrou. Nós aqui ficamos até sem água para o consumo”, lamenta Adelaide.

Produção de nozes Venâncio Aires
Atual safra deve ter quebra de mais de 60% em comparação da safra passada (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Construção

Desde o ano passado o casal trabalha para construir e colocar a agroindústria para operar, aproveitando as estufas que secavam o tabaco, e o galpão que armazenava a folha. Uma parte nova também já foi erguida. O secador já está funcionando, secando as frutas que começaram a ser colhidas em abril. “Estamos indo devagar, mas ansiosos para ter nossa agroindústria. Mas hoje já estamos vendendo as nozes de forma direta”, comenta Adelaide.

Produção de nozes Venâncio Aires
Joana, neta do casal, já auxilia na colheita e processamento das nozes
(Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

O casal que tem um filho, Cristiano Gonçalves, também aposta na continuidade do negócio com as netas. Joana Seidl Gonçalves, 18 anos, já auxilia na colheita da fruta e faz receitas com as nozes, além de ajudar na comercialização. “Vendemos ela bastante in natura, mas também faço doces, cri-cri, nozes com açúcar, chocolate e sal, além de brownie. São várias receitas que estamos testando”, relata a jovem, entusiasmada.

A expectativa de Gonçalves é de que até a próxima safra a agroindústria esteja funcionando e o selo ‘Sabor Gaúcho’ possibilitando a venda dos produtos à base de nozes. “Sempre digo, não é só plantar. Você precisa cuidar, se não você não colhe”, frisa. Com a ideia de diversificar as culturas na propriedade, hoje a família Gonçalves já colhe os ‘frutos’ conquistados.

Além das nogueiras, chama atenção a plantação de bergamotas Murgot, que dividem o espaço com os pés de nozes, afinal são 800 árvores do citros comercializados na Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova). Além disso, a plantação de pitaya, butiá, seriguela e goiaba garantem renda extra e a diversificação junto das nozes.

Produção de nozes Venâncio Aires
Apesar da quebra na safra, a noz não perdeu a qualidade (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Produção de nozes em Venâncio

  • De acordo com a Emater/RS-Ascar são 21,5 hectares de nogueiras comerciais em produção no município. No total, 20 famílias trabalham com a comercialização das nozes.
  • São em torno de 2.200 nogueiras comerciais no município. Porém, o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin, comenta que várias famílias possuem pés de nozes para o consumo próprio.
  • Ainda de acordo com Fin, no total são 24 hectares de nogueiras no município, incluindo as de consumo próprio e comercial.
  • A produção total – comercial e consumo próprio – para esta safra é de 10,2 toneladas.
    “A grande maioria das nogueiras do município é nova, uma média de quatro a seis anos de plantio, por isso, a produção ainda não é em grande escala”, afirma Fin.
  • Vicente Fin recomenda que antes de plantar a nogueira o produtor precisa observar a qualidade do solo, avaliar a profundidade e o tipo de solo. “Precisa ter no mínimo dois a três metros de profundidade e o espaçamento ideal é de 15×15 metros de cada árvore.”
  • Outro detalhe ressaltado pelo engenheiro agrônomo é a plantação de mais variedades de nogueiras. “Sempre aconselhamos plantar duas a três variedades por causa da polinização. O ideal são três variedades.”
  • Além disso, é necessário realizar a correção do solo com calcário e adubação de base com fósforo. “Precisamos de um solo corrigido. A nogueira é uma atividade para longo prazo. O retorno econômico passa a ser observado a partir do oitavo ano.”
  • Sem contar que o pomar das nogueiras, conforme Fin, permite a plantação de outras culturas e a utilização do espaço para pastagens, garantindo um aproveitamento do ambiente.
Produção de nozes Venâncio Aires
Família Gonçalves plantou mais de 500 pés de nozes (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

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