Mulheres em situação de violência são uma realidade no Brasil e, em tempos de isolamento, elas enfrentam mais um problema: a dificuldade em denunciar os agressores. Diante desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) lançou a campanha Sinal Vermelho para a Violência Doméstica. A iniciativa tem como foco ajudar mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias e drogarias do país.
Em Venâncio Aires, a Brigada Militar aderiu a campanha. De acordo com a capitão Michele da Silva Vargas, ela busca parcerias com farmácias e drogarias para possibilitar mais um canal de denúncias. “Basta ligar para o número 190 e repassar as informações, que todas serão checadas”, explica a oficial.
De acordo com a coordenadora do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ, conselheira Maria Cristiana Ziouva, o objetivo da campanha é oferecer um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as devidas soluções. “É uma atitude relativamente simples, que exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um X nas mãos; para a farmácia, uma ligação”, observa Maria Cristiana.
Protocolo
O protocolo é, de fato, simples: com um ‘X’ vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o 190 e reportar a situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias em todo o país.
Em Venâncio Aires, a Farmácia Associadas (leia-se Célia Farmácias) aderiu a campanha. As atendentes foram treinadas e capacitadas para detectar o pedido de socorro das vítimas e dar o devido encaminhamento. “Assim que a vítima mostrar o ‘X’ vermelho ou pedir uma máscara roxa, as atendentes saberão como proceder, sem chamar a atenção de pessoas, como o próprio agressor, que possam estar acompanhando a mulher”, explicou Célia Rehbein, proprietária da Célia Farmácias.

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