A Prefeitura de Venâncio Aires apostará as fichas nas boas práticas que vem adotando no combate à Covid-19 para reverter a classificação prevista no mapa preliminar do Distanciamento Controlado divulgado pelo Governo do Estado, no fim da tarde desta sexta-feira, 17. A região do Vale do Rio Pardo, da qual a Capital do Chimarrão faz parte, foi classificada com a bandeira vermelha, considerada de alto risco para disseminação de coronavírus.
A Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) tem até a manhã deste domingo, 19, para encaminhar o recurso ao Governo do Estado defendendo a permanência na bandeira laranja. Em função disso, Amvarp e Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) convocaram assembleia extraordinária, por meio de videoconferência, para a manhã deste sábado, 18. As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira, 20.
Segundo o prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert, o objetivo da mobilização é facultar os municípios quem vêm adotando protocolos e ações no combate ao coronavírus, como é o caso da Capital do Chimarrão, que anunciou, na última semana, a testagem em massa, estruturou um Centro de Atendimento para Pacientes com Sintomas Respiratórios junto ao Pavilhão de Eventos São Sebastião Mártir e adotou uma série de serviços à população, como o tele-atendimento 0800 e o incentivo e exigência do uso de máscara antes da determinação estadual. “Das 20 regiões, a nossa região teve o sexto melhor índice do Rio Grande do Sul na classificação divulgada nesta sexta-feira. Estamos com índice 1,61 e o limite para permanecer na bandeira laranja é 1,5. Foi por um detalhe”, observa.
As ações elencadas por Wickert também basearam um ofício remetido ao governador Eduardo Leite, nessa semana. “Qual é o sentido de uma Prefeitura fazer todo esse investimento e depois receber essa classificação?”, questiona.
Além disso, justifica Wickert, Venâncio Aires está com a situação “controlada”. Nesta sexta-feira, 17, um morador do município estava internado na UTI do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) por Covid, outro em UTI do hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, e um em recuperação domiciliar. “Sugerimos que o Estado crie um ambiente de diálogo com os municípios, abrindo um protocolo de exceção para quem estiver praticando boas práticas. Também sugerimos que tenha uma flexibilização da economia para um novo normal, de forma gradativa”, destaca.
Segundo ele, com uma bandeira vermelha, a economia não resistiria e o comércio seria o setor mais prejudicado. “Não podemos penalizar o setor econômico. É preciso equilíbrio”, defendeu.
Promotoria
Giovane Wickert confirma reunião com o promotor de Justiça da Comarca local, Pedro Rui da Fontoura Porto, na segunda-feira, 20, às 14h. As ações de combate à Covid-19 no município estarão em pauta.
“Esse abre e fecha não adianta. Precisamos encontrar alternativas e soluções. Se mais empresas fecharem agora, na bandeira vermelha, os prejuízos serão muito grandes. Estou aqui para defender, em primeiro lugar, a saúde e a vida, mas também precisamos defender a economia, que reflete na vida e na saúde das pessoas.”
GIOVANE WICKERT –
Prefeito de Venâncio Aires
- Das 20 regiões do Distanciamento Controlado, apenas duas foram classificadas, de forma preliminar, com bandeira laranja (risco médio), o que representa que 90% do estado apresenta alto risco para disseminação de coronavírus.
Região debate encaminhamento de recurso
Segundo o presidente da Amvarp e prefeito de Candelária, Paulo Butzge, a análise dos dados que foram emitidos pelo Governo do Estado nessa sexta-feira, 17, e levaram a região de Santa Cruz do Sul para a bandeira vermelha, iniciou logo após a atualização do Distanciamento Controlado ter sido anunciada. “Queremos, primeiro, ver se esses dados são condizentes com as informações que temos no nosso controle. Uma vez que eles condizem, já estamos analisando quais argumentos nós temos para ingressar com um recurso no dia de amanhã (hoje)”, explica.
Butzge observa que durante a videoconferência que ocorre na manhã deste sábado, os gestores decidirão se será feito um recurso único, por meio da Amvarp, assim como feito na última semana, ou se a decisão vai ser que cada Município faça um recurso individualizado. “Acho que a maioria vai optar por um recurso único para toda a região, mas não posso descartar que cada um faça o seu individualmente”, pondera.
O presidente da Amvarp também relata que se houver a decisão por um recurso único, a ideia é protocolar o documento ainda neste sábado, apresentando os argumentos da região para tentar reverter a decisão preliminar do Estado e, assim, continuar na bandeira laranja.