Como forma de preocupação com o meio ambiente, a Venax Eletrodomésticos realiza um trabalho de sustentabilidade. Isopores são reciclados na filial que fica no Distrito Industrial. O local fabrica embalagens, blocos e placas desse material para serem utilizados em escolas e na construção civil.
Conforme explica a diretora da empresa, Fabiana Bergamaschi, o isopor passa por uma seleção para que sejam retiradas as impurezas. Depois, é moído e também acrescentada uma mistura, que depende da densidade de cada bloco, antes de ser fabricados os produtos.
Lembra que o projeto iniciou há cerca de 10 anos. “Nós tivemos a ideia do reaproveitamento do material que é de difícil reciclagem e demora para se decompôr. Os catadores não conseguem reutilizar.”
Fabiana ainda destaca que há uma parceria com lojas de Venâncio Aires e de municípios da região, que entregam o material para ser utilizado no processo. “O pessoal contribui. As redes enviam o material, constantemente. é uma maneira de contribuir com o meio ambiente.” Ressalta que as pessoas podem levar o isopor na empresa, localizada na rua Tiradentes, ou ao Distrito Industrial.
O biólogo e professor Samuel Haas afirma que conhece o projeto há mais de dois anos e é de importância para Venâncio Aires e região. Ele diz que a iniciativa é pioneira. “é o processo da transformação do isopor em isopor novamente. Isso se deve ao problema do isopor não ser degradável, mas para isso, é preciso a participação da sociedade e ai que entra a Educação Ambiental, informando à população que o isopor não é um vilão se for bem trabalhado.”
Segundo ele, quando entrar em vigor uma nova política de resíduos sólidos, Venâncio Aires estará na vanguarda em relação ao assunto. Também observa que é importante cada pessoa fazer a sua parte. “O consumidor é uma peça importante no ciclo da reciclagem, exigindo o cumprimento da logística reversa, em que cada cidadão é responsável pelo que consome e que deverá devolver as embalagem de isopor e outros materiais passíveis de reciclagem para as empresas que os produziram.”
Ele chama atenção para que a população separe de forma correta o material e não deixe impurezas, como sujeira e adesivos. Diz que resíduos que podem ser reciclados não devem ser contaminados.
Haas acredita que a o trabalho da Venax possa trazer consciência para os venâncio-airenses. Na última semana, uma quantia de isopor foi deixada de forma incorreta as margens do Acesso Grão Pará. O profissional frisa que em situação de enchente, por exemplo, o material poluiria o Arroio Castelhano e poderia ser deslocado para alguma residência.
“Quando as pessoas não enxergam para onde vai o seu lixo, não acreditam que o que estão fazendo é o diferencial. Quando entrar em vigor a nova lei de resíduos, todos vão se preocupar em dar um destino correto para o seu resíduo, o que precisamos é informar que Venâncio possui uma saída e que não devemos descartar esse material em qualquer lugar”, destaca.
Em relação à reciclagem de outros materiais, cita que é o momento de voltar as campanhas sobre o assunto, principalmente, com as crianças.
Segundo Haas, a educação ambiental começou a se difundir depois de 1992, da ‘ECO 92’. “ Não é só no dia do Meio ambiente que devemos fazer cartaz e amar o planeta, isso é uma coisa diária, todo dia vai ter um monte de resíduos na sua casa e isso não vai acabar nunca, mas devemos reduzir esses volumes, através de políticas públicas que visam a redução de resíduos ao consumidor final, afinal, por que tanto papel, papelão e embalagem em nossas casa?”, acrescenta.
