A vacina de Oxford contra a Covid-19, que já está na fase 3 de testes e é considerada uma das mais avançadas, inclusive pela Organização Mundial de Saúde (OMS), apresenta fortes respostas imunes em ambas as partes do sistema imunológico e não indica preocupações precoces de segurança. Esses resultados preliminares constam em estudos referentes às fases de testes 1 e 2 e foram publicados nesta segunda-feira, 20, pela revista científica The Lancet.
Conforme informações divulgadas pela Universidade de Oxford, a vacina provocou uma resposta de células T dentro de 14 dias depois da aplicação – glóbulos brancos que podem atacar células infectadas com o vírus SARS-CoV-2. Além disso, a imunização apresentou resposta de anticorpos dentro de 28 dias. Essas defesas são capazes de neutralizar o vírus para que ele não possa infectar células quando inicialmente contraídas.
Ainda segundo a Universidade de Oxford, durante o estudo, os participantes que receberam a vacina tiveram anticorpos neutralizantes detectáveis, que são sugeridos pelos pesquisadores como importantes para a proteção. O estudo ainda demonstrou que essas respostas foram ainda mais fortes após uma dose de reforço, com 100% do sangue dos participantes com atividade neutralizante contra o coronavírus. Agora, o próximo passo é confirmar se a vacina pode efetivamente proteger contra a infecção por SARS-CoV-2.
Para o professor Andrew Pollard, investigador-chefe do Oxford Vaccine Trial na Universidade de Oxford e co-autor do estudo, a resposta imunológica mais forte em dez pacientes que receberam duas doses da vacina pode apontar que essa seja uma boa estratégia para ser usada na vacinação.
Parceria
A Universidade de Oxford está trabalhando com a empresa biofarmacêutica global com sede no Reino Unido, AstraZeneca, para o desenvolvimento, fabricação em larga escala e distribuição potencial da vacina contra a Covid-19. O Brasil, é um dos países parceiros para a aplicação de testes da vacina, com dois mil voluntários em São Paulo, dois mil na Bahia e mil no Rio de Janeiro.
A vice-presidente executivo da Pesquisa e desenvolvimento de produtos biofarmacêuticos na AstraZeneca, Mene Pangalos, afirma que os dados divulgados nesta segunda aumentam a confiança de que a vacina funcionará e permite que se continue com os planos de fabricá-la em grande escala.
*Com informações da Universidade de Oxford.