‘Áreas de sombra’ são desafios para a internet no interior

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Em um levantamento feito pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) e divulgado pela Prefeitura de Venâncio Aires na semana passada é possível verificar que a internet está disponível em várias localidades do interior. De acordo com o servidor que atua no SAC, Leandro Henrique Lopes, atualmente são quatro empresas que distribuem sinal via rádio ou por fibra ótica para as residências no interior: Delex, FB Net, RRM e Viabol.

No relatório apenas algumas localidades do 2º distrito constam sem serviço de operadoras de internet, como é o caso de Linha Sertão, Linha Itaipava das Flores e Linha Reversa. É possível verificar o avanço no fornecimento de sinal de internet, entretanto, na prática outras localidades ainda enfrentam problemas.

De acordo com o proprietário da FB Net, Junior Bohn, que atua há quase 14 anos no ramo, Venâncio Aires, assim como outros municípios, tem ‘áreas de sombra’, os chamados pontos cegos. “Nosso interior é muito grande, e não é só a questão geográfica que atrapalha o sinal de internet. Muitas vezes, comunidades estão localizadas em áreas de sombras, em pontos rodeados por morros e mata nativa ou grandes árvores. Isso atrapalha a instalação tradicional”, explica.

Bohn ressalta que para todos os problemas existe uma solução. “O grande problema é que nesses locais se precisa de uma infraestrutura mais elaborada e muitas vezes altera o custo. Se torna bem mais caro instalar internet, e quando moram poucas pessoas, o custo se torna mais alto para uma família.”

O administrador da empresa de internet ainda ressalta que o município tem determinados pontos em que a cobertura não é excelente. “Mas 90% do município tem sinal de internet. No interior a maioria ainda é via rádio. Sistema que também foi se modernizando e se adaptando ao longo dos anos.” Entretanto, Bohn explica que os 90% não significam a abrangência, mas a possibilidade de ter o serviço.

Atualmente, a empresa da qual Bohn é proprietário está expandindo o serviço de fibra no interior, apesar da via rádio predominar. “Temos algumas localidades que realizamos uma verdadeira engenharia para chegar com o sinal. Sempre existe a possibilidade, cobertura tem, porém em alguns lugares sai um pouco da possibilidade financeira do cliente”, reforça.

Em Linha Isabel, na propriedade do casal Rosmar e Carmem Penck, o sinal de telefonia móvel sempre foi uma dificuldade. A solução encontrada pela família foi uma antena externa. “Hoje o sinal de telefonia é bom. Conseguimos nos virar. Mas a 4G nem pensar, aqui não funciona. Hoje a internet é uma necessidade, percebemos que ela faz falta”, frisa a agricultora.

Devido à necessidade julgada pelo casal, ele foram se informar para instalar internet na propriedade. O sistema via rádio será instalado nos próximos dias, para isso, Penck teve que cortar algumas árvores que estavam no ‘caminho’ da antena e adaptar alguns postes longe da casa. “Foi uma verdadeira operação, agora acho que vamos conseguir. Falta a empresa vir e conferir. Estamos na expectativa”, comenta o produtor, que também destacou que vizinhos gastaram mais de R$ 4 mil para conseguir instalar a internet em suas propriedades.

“Ao longo dos anos se percebe que estar conectado é uma necessidade do cidadão. Em muitas localidades do interior, onde é mais difícil de chegar, talvez o poder público possa incentivar aquela comunidade. Pois a gente sabe que o jovem precisa de internet e incentivo para permanecer no campo.”

JUNIOR BOHN – Proprietário da FB Net

Fibra ótica

A RRM Telecom, de Monte Alverne, também é uma das empresas que investe fortemente na área rural, conforme o sócio-proprietário, Ricardo Keller. “Estamos investindo fortemente em fibra ótica. A internet via rádio nós já estamos desativando pela baixa qualidade de internet que oferece”, explica.
Keller destaca que a empresa vem crescendo em distritos como Vila Palanque, Vila Santa Emília e Centro Linha Brasil. “Hoje para instalar a fibra a gente avalia a condição da rede elétrica. E o que interfere é o número de moradores do local. Às vezes, em determinadas localidades demora mais devido à baixa adesão e poucos moradores”, cita.

    

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