Rio Grande do Sul altera mapa dos Polos Ervateiros

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Após três anos em atividade, o Programa Gaúcho para a Qualidade e a Valorização da Erva-Mate da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), que é executado pela Emater/RS-Ascar, em parceria como setor ervateiro, fez alterações na configuração dos Polos Ervateiros.

Os ajustes realizados no mês de julho se fizeram necessários em função de algumas mudanças ao longo dos anos e após intensa atualização de dados por parte da Emater/RS-Ascar, com o apoio de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as modificações estão a nomenclatura dos polos, os municípios pertencentes a cada um e a divisão desses municípios, formando um novo desenho de mapa. O polo Vale do Taquari passou a chamar-se Polo Região dos Vales, já o Planalto/Missões agora é Polo Missões/Celeiro e agregou alguns municípios.

De acordo com o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater/RS-Ascar, Ilvandro Barreto de Melo, foi uma construção conjunta e detalhada. “Alguns municípios não têm mais produção de erva-mate e arrancaram os ervais. Já outros municípios, na região de Santa Maria, por exemplo, fizeram implantação de ervais. Então se fez necessária essa reformulação”, explica Melo, destacando que o desenho do mapa dos polos também alterou, visto que alguns municípios migraram de polo.

Outra alteração foi relacionada ao fator turístico. “Agregamos também alguns municípios que não têm produção de erva-mate, mas que em função do potencial turístico foram adicionados, como é o caso de São Miguel das Missões e Santo Ângelo, no viés da influência jesuítica para a história do mate gaúcho.”

Na nova configuração, os cinco polos ervateiros contam com 206 municípios e estão identificados por Missões/Celeiro, com sede em Palmeira das Missões; Alto Uruguai, sede em Erechim; Nordeste Gaúcho, em Machadinho; Alto Taquari, com sua sede em Ilópolis, e Região dos Vales, com sede em Venâncio Aires. Os objetivos da configuração dos polos são de obter uma melhor organização e planejamento estratégico das ações, para viabilizar eficiência na gestão do setor, posicionar e melhor caracterizar as grandes regiões produtoras do Rio Grande do Sul.

De acordo com os dados levantados, o polo Missões/Celeiro apresenta maior abrangência em número de municípios, 80, já o polo Região dos Vales é composto por apenas oito. Em relação à área cultivada apta à colheita, o polo do Alto Taquari se destaca com 19.319 hectares cultivados com erva-mate, seguido pelos polos Alto Uruguai, com 6.822 ha, e Missões/Celeiro, com 3.378 ha. No total, nos cinco polos, a área alcança 31. 695 hectares e uma produção de 277 mil toneladas de folha, já consideradas as perdas pela estiagem na atual safra.

O extensionista destaca a importância da análise de dados como esses para traçar estratégias e ordenar o sistema produtivo, levando em conta as características, as necessidades e as potencialidades regionais.

Entenda o Programa

A primeira fase do Programa serviu para diagnosticar os cinco polos ervateiros do Estado, para considerar as potencialidades e os entraves de cada região. Esse trabalho também previu a capacitação de técnicos da Emater/RS-Ascar em boas práticas agrícolas de produção de erva-mate, além dos técnicos e fiscais municipais de saúde e boas práticas de fabricação.

A segunda fase aconteceu junto aos cinco polos ervateiros do RS, reunindo produtores e lideranças do setor, para traçar estratégias e definir um plano de trabalho que atenda as demandas específicas de cada região. A certificação das ervateiras, o apoio às associações, o trabalho de resgate genético da erva-mate, a qualificação em Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas de Fabricação, a pesquisa, a implantação de Unidades de Referência e a capacitação de agricultores foram algumas das demandas elencadas pelos polos ervateiros para desenvolver a cadeia produtiva.

Em 2019 iniciou-se a terceira fase do Programa, que segue atualmente. Ou seja, aplicar no campo as ações propostas para cada polo ervateiro, junto com as entidades parceiras, os agricultores e todos os elos envolvidos com a cadeia produtiva da erva-mate, bem como as atualizações e ajustes necessários a cada período.

    

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