Alegria em dobro: pai e avô ao mesmo tempo

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Por 24 anos, Luan Andriel Ruwer foi o único filho de Clenio Volmir Ruwer, 51 anos. O sonho de ter mais um filho vinha sendo alimentado há tempo e, ao longo de seis anos e diversos tratamentos de saúde, a esposa Fabiane Pereira, 39 anos, tentava engravidar.

A confirmação de que o bebê estava a caminho, no entanto, só ocorreu três meses depois de Clenio saber que seria avô. “Estava muito feliz de saber que teria uma neta. Quando veio a notícia da gravidez da Fabi, a felicidade dobrou”, conta.

Para Luan, pai de primeira viagem, compartilhar a espera do nascimento de um filho, com o pai, foi uma surpresa e uma boa experiência. “O pai já sabia como era ser pai, mas eu ainda não. Era tudo novidade”, diz.

No dia 14 de fevereiro, por mensagem de celular, Luan avisou o pai de que a neta iria nascer em breve. A esposa, Ana Júlia Melz, 24 anos, estava chegando no hospital para dar à luz Nathalie. Por coincidência, Clenio acompanhava um idoso hospitalizado. “Como estava lá, consegui acompanhar o Luan naquele momento. Vi a Nathalie nascer, o primeiro banho, participei de tudo”, lembra, com alegria.

Duas semanas depois, Fabiane precisou ser internada, com complicações de hipertensão arterial. Depois de cinco dias no Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, foi encaminhada ao Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre. Estava com 28 semanas de gestação. “Na terça, levamos ela, de ambulância, e na quinta-feira já foi feita a cesárea, pois ela e o Eduardo corriam risco de vida”, recorda Clenio.

Eduardo Francisco Pereira Ruwer veio ao mundo no dia 27 de fevereiro, com menos de um quilo, mas a determinação de um guerreiro. Clenio, que já tinha vivido a experiência de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no nascimento de Luan, que ficou 19 dias no Hospital Bruno Born, em Lajeado (11 na UTI), encarou um novo desafio ao lado de Fabiane.

Eduardo ficou 91 dias internado. “Como o pulmão não estava formado, foi um caso muito complicado. Uma batalha. Começaram a alimentar ele com uma gota de leite. Ele nasceu com 965 gramas, mas baixou para 910 gramas. Cabia em uma mão”, relembra o pai, emocionado.

Fabiane lembra que o pós-operatório do parto foi todo dentro do hospital, ao lado do filho. Inicialmente, Clenio permaneceu por duas semanas com Fabi, em Porto Alegre. Quando teve que retornar ao trabalho, ia todos os fins de semana para ver o filho, enquanto a mãe se dedicava aos cuidados de Eduardo, junto da equipe do hospital. “Alugamos um quarto para a Fabi dormir, e ela ficava o dia todo no hospital. Em alguns dias, eu ia de moto, durante a semana, para ficar com eles”, comenta Clenio.

Fabiane e Clenio com Dudu, na alta dele, no fim de maio
Fabiane e Clenio com Dudu, na alta dele, no fim de maio (Foto: Arquivo pessoal)

FUTURO

O encontro de Dudu, como o caçula é carinhosamente chamado, com a sobrinha Nathalie e toda família só aconteceu três meses depois do nascimento. Com a pandemia do coronavírus, até mesmo os pais precisaram se revesar nas visitas ao hospital. “Primeiro, podíamos entrar juntos, mas depois só um de nós podia entrar por vez”, relata o pai.

Atualmente, Dudu se desenvolve sadio e rodeado de amor, em casa, em Vila Palanque. As restrições para evitar o contágio da Covid-19 adiaram os momentos de interação da família e entre os bebês. “Com tudo isso, vi a Nathalie pessoalmente muito pouco até agora”, lamenta o avô. No entanto, não faltam planos para os próximos anos – de brincadeiras entre tio e sobrinha e até mesmo passeios de carrinho de mão com a ajuda do papai e vovô Clenio.

Clenio com os filhos Eduardo e Luan e a neta Nathalie
Clenio com os filhos Eduardo e Luan e a neta Nathalie (Foto: Arquivo pessoal)


Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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