Queda de faturamento persiste para pequenos negócios, aponta Sebrae

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A pesquisa de monitoramento dos pequenos negócios do Sebrae-RS, em julho, mostrou que 76% dos empreendimentos do Rio Grande do Sul ainda sofrem com a queda no faturamento em função da pandemia de Covid-19, 2% a mais em comparação a junho. Para 48% desses, a perda é superior à metade do valor total arrecadado.

Foram 631 empresas pesquisadas, divididas nos setores de agronegócio, indústria, comércio e serviços. Dos segmentos, o menos afetado é o agronegócio: 46% apontaram diminuição no faturamento em julho. O setor de serviços registrou queda de 76% e a industria e comércio tiveram redução de 77%.

Para o quesito de funcionamento, o ramo de serviços foi o mais afetado: 73% das empresas estão em operação. Já a indústria está com 85% do funcionamento normalizado, o comércio com 86% e o agronegócio com 88%.

No geral, 79% estão com o funcionamento normalizado, 5% a menos em relação à pesquisa feita em junho. Desse total, apenas 8%, trabalham somente por delivery ou take away – onde atendem o cliente na porta do estabelecimento – e outros 47% estão com a estrutura da empresa adaptada para atender pessoalmente.

Quando perguntados sobre que tipo de apoio as empresas precisam neste momento, a maioria dos empresários (65%) respondeu que querem giro de capital. Em seguida apareceu o auxílio para análise sobre tendências e perspectivas do mercado e, depois, alternativas para diversificar produtos e serviços.

EXPECTATIVA

Os participantes da pesquisa estão com expectativas que os próximos 30 dias sejam melhores, por isso 51% pretendem manter o número de colaboradores e apenas 12% querem reduzir. Para a gerente geral do Sabrae regional, Liane Klein, a queda era esperada, porém com a expectativa de ter vacina e de amenização do coronavírus após o inverno, eles orientam que os empreendedores tentem manter as atividades e procurem novas formas de conquistar os clientes. “Precisam manter a proximidade com seus clientes, seja por WhatsApp, Instagram, Facebook ou de outra forma possível”, sugere.

A gerente explica que é importante que o empreendedor tenha noção dos gastos mensais e organize essa demanda. “Cada um deve analisar as suas necessidades de capital de giro e, se preciso, deve remodelar o negócio, investir em vendas on-line e sempre solicitar o feedback dos clientes”, orienta ela.

Para auxiliar nesse momento, a instituição está desde março com novas formas de atuação, como o ‘Portal Sebrae ao seu lado’, espaço no qual são oferecidas palestras, cursos on-line, e-books, informativos de legislação, entre outros materiais; o ‘Marketplace – shopping virtual’, onde as empresas podem oferecer seus produtos; e o ‘Programa de Recuperação Empresarial’, que proporciona consultorias on-line de temas variados.

Em Venâncio, Pemape deve ajudar até 150 pequenas e microempresas

Em Venâncio Aires, começou na quarta-feira, 12, a solicitação do auxílio por meio do Plano Emergencial Municipal de Apoio ao Pequeno Empreendedor (Pemape), que tem como objetivo auxiliar financeiramente as pequenas e microempresas do município. Até o momento, 20 empresas encaminharam o pedido à Prefeitura, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Claudio Soares. Ao todo, o Executivo pretende beneficiar 150 empresas na primeira etapa, que deve durar três meses.

Com três itens para solicitação, a finalidade do plano é auxiliar as atividades econômicas impactadas durante o período de pandemia de coronavírus. O empreendedor pode solicitar auxílio locação, vale-compra ou antecipação de recebíveis de contratos administrativos. Interessados podem solicitar o Pemape até o dia 26 deste mês. As fichas estão disponíveis no site da Prefeitura ou na Sala do empreendedor.

PRIMEIRO INSCRITO

Proprietário de uma empresa de transportes, Lotário Antônio Alves Godoy foi o primeiro empreendedor a se inscrever para receber o Pemape. Ele presta serviços à Prefeitura e solicitou antecipação de recebíveis. Para Godoy, que está sem trabalhar desde março, o dinheiro, se for liberado, chegará em bom momento.

“Meu ramo foi extremamente afetado, pois não temos aulas, festas, turismo e outros eventos para fazer transportes”, lamenta. Com medo de que muitas empresas fechem as portas, ele participou da carreata de manifestação, no dia 31 de julho, que pedia justamente um ‘socorro’ financeiro dos empresários ao Executivo. “Lutamos por isso, pois se não tiver uma ajuda corremos o risco de encerrar as atividades”, ressalta.

O auxílio ajuda muito, porém não resolve tudo, pois segundo o motorista, mesmo parado, as despesas das vans continuam. “Temos manutenções, que quando voltarmos serão ainda maiores, porque os veículos ficaram parados muito tempo, além de ter funcionários para pagar todo mês”, esclarece o empreendedor, que manteve os quatro funcionários, mesmo sem atividades durante a pandemia.

“Quero muito voltar a trabalhar, pois estou desde março parado. Minha rotina mudou totalmente, mas enquanto não posso fazer meu serviço, preciso manter os funcionários, pagar impostos e cuidar dos veículos. Por isso, esse programa é tão importante e veio na hora certa.”

LOTÁRIO ANTÔNIO ALVES GODOY
Empresário do setor de transportes

Quem pode se inscrever

• Comércio varejista tradicional
• Bares, lancherias e restaurantes
• Hotéis, motéis, pousadas, pensões, albergues, casa de repouso, spas, asilos e outros tipos de alojamento e abrigos
• Barbearias, estéticas e salões de embelezamento
• Transporte de passageiros municipal
• Escolas de educação infantil
• Casas de festas e eventos
• Academias de ginástica
• Atelier de calçados e confecções
• Produção e promoção de eventos esportivos
• Agências de turismo

PRÉ-REQUISITOS

  1.  Ser microempresa ou empresa de pequeno porte.
  2. Atuando há, no mínimo, um ano em Venâncio Aires, prestando serviço em algum dos setores reconhecidos no decreto que regulamenta o Pemape.
  3. Não tenha se inscrito no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) ou em outro programa governamental.
  4. Tenha sido afetado financeiramente no segundo trimestre do ano em comparação ao primeiro.

Quais são os auxílios?

• Aluguel: 50% do aluguel, com limite de três parcelas de R$ 500,00 e deve comprovar que o locador reduziu 30%.

• Vale-compras: limite de três parcelas de R$ 500,00 e deve comprovar que necessita adquirir produto ou serviço local.

• Antecipação de recebíveis: 30% do contrato, limitado a três parcelas de R$ 10.000,00 e deve comprovar que tem contrato com o poder público. Além disso, necessita atuar exclusivamente com transporte escolar, escola infantil ou prestar serviços na área da educação.

    

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