Por Eduarda Wenzel e Taiane Kussler
Em três dias de campanha, a Câmara de Comércio, Indústrias e Serviços (Caciva) de Venâncio arrecadou R$ 6.016,15 em moedas que serão entregues às empresas associadas. A iniciativa partiu do comércio local, que entrou em contato com a entidade para informar sobre a escassez de moedas no mercado e a dificuldade que encontram em relação ao troco. A ação tem o objetivo incentivar a troca de dinheiro de metal por cédulas, para trazer mais agilidade ao dia a dia dos comerciários. A campanha, que teve início na segunda-feira, 17, vai até sexta-feira, 21.
Há uma semana, o Comercial de Ferragens Arly Hickmann, estava totalmente sem moedas, por isso recorreu ao grupo de WhatsApp do comércio da Caciva para solicitar ajuda. Conforme a administradora Aline Hickmann Leonhardt, a loja já havia pedido aos clientes e colocado cartazes sobre a necessidade de moedas.
Para ela, muitas pessoas guardam um grande número de moedas em casa, mas poucas trocam. “Os clientes até comentam que as moedas estão no carro ou que esqueceram de trazer, mas é importante ter moeda na carteira e fazer ela ir para o comércio.” Além disso, conforme ela, algumas só trocam se ganham brindes. “Se a gente oferecer uma caneta, ou qualquer brinde, eles trocam, se não oferecer acham ruim.”
A administradora salienta que notas de dois e cinco reais, também faltam bastante. “O famoso troquinho que costuma faltar, ele é importante no comércio, por isso as pessoas precisam trocar, mesmo sendo em pouca quantidade”, reforça.
“O comércio precisa de moedas, elas precisam circular, pois guardada em casa faz falta para nós.”
ALINE HICKMANN LEONHARDT – Administradora do Comercial de Ferragens Arly Hickmann
Para economista hábito de guardar moedas é cultural
De acordo com o economista, Eloni José Salva, o hábito de guardar moedas é bem comum entre os brasileiros, pois as pessoas têm uma maior facilidade de poupar desta forma. Ele afirma que este comportamento serve para educar os filhos e ensiná-los a administrar o próprio dinheiro. “As pessoas não têm o hábito de carregar dinheiro de metal porque não é prático. Além disso, ultimamente, o dinheiro está sendo usado cada vez menos durante as compras. O hábito de arredondar o valor ou cobrar menos faz com que as pessoas deixem de transportar as moedas, este comportamento é cultural”, destaca o economista. Contudo, esta atitude dificulta a circulação de moedas e o dia a dia dos comerciários.
Uma outra característica do brasileiro, segundo o economista, é a pouca disposição para poupar e guardar dinheiro para o futuro. “As pessoas possuem um comportamento imediatista de consumo e não estão preocupados em fazer uma reserva de emergência. Nos países desenvolvidos, como o Brasil, quando há oportunidade de consumir, as pessoas não perdem a oportunidade e são mais urgentes, ao contrário da China, que mantém o hábito de poupar mais”, compara.
Segundo Salva, as reservas financeiras geram um sistema mais produtivo, pois a poupança é igual a investimento. “O hábito de poupar pouco e não investir muito, impede que a economia do país cresça”, afirma o especialista, que reforça a importância de manter uma reserva para a garantia de uma melhor comodidade no futuro.
Como participar
Para ajudar, a pessoa deve levar o valor em moedas separadas e organizadas até a sede da Caciva, na rua Osvaldo Aranha, 1340, sala 400, e realizar a troca por cédulas. A cada R$ 50 em moedas, o participante ganhará um copo exclusivo personalizado dos 20 anos da Caciva. O atendimento ao público da entidade ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13 às 18h.