Família Alf, de Mato Leitão, registra quebra na safra de laranjas neste ano

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A estiagem registrada entre o fim do ano passado e os cinco primeiros meses deste ano foi um dos fatores determinantes para que os produtores Edo Inácio Alf, 77 anos, e Luís Henrique Alf, 28 anos, tivessem uma quebra expressiva na produção de laranja. Segundo os moradores do Acesso 20 de Março, no ano passado, foram colhidas 107 toneladas da fruta, mas neste ano só foi possível comercializar 42 toneladas do citrus, com uma queda de 60,75% de um ano para o outro.

O pomar da família já tem quase 40 anos e segundo Edo essa foi a primeira vez que algo semelhante aconteceu. “Não tem nem comparação com o ano passado. Não lembro de um ano tão ruim. Tinha muito pé que não valia nem a pena colher, porque tinha pouca fruta”, comenta. Ele ainda observa que já passaram por outras secas fortes, quando eles, inclusive, regaram as laranjeiras, mas nada foi comparado com a quebra deste ano.

Luís Henrique ainda acrescenta que, apesar de a seca ter sido a principal responsável pelo prejuízo na colheita deste ano, no início da floração, houve chuva forte, o que também prejudicou. Segundo Gerson Luís Alf, 54 anos, [filho de Edo e pai de Luís Henrique], a estiagem prejudicou em especial a qualidade da laranja. “Em termos de produção foi um dos piores anos. Interferiu no tamanho da fruta, que ficou muito pequena”, explica.

Extensionista da Emater, Rudinei Pinheiro Medeiros explica sobre a renovação do pomar (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

No ano passado, os produtores receberam R$ 0,38 pelo quilo da laranja. Neste ano, o valor pago pelas indústrias foi R$ 0,30. “O que as empresas nos disseram é que tinha laranja com pouco suco e, por isso, não podiam pagar mais”, comenta Gerson.

No pomar da família, com aproximadamente três hectares, são cultivadas laranjas das variedades Tobias e Valência. Os citrus são vendidos para indústrias que produzem suco. Neste ano, as frutas foram comercializadas apenas para a empresa Tecnovin, de Bento Gonçalves.

Renovação para aumentar a produção e a produtividade do pomar

Pensando em aumentar a produção e a produtividade, os moradores de Mato Leitão decidiram investir, pela primeira vez, na renovação do pomar. O extensionista do escritório da Emater/RS-Ascar em Mato Leitão, Rudinei Pinheiro Medeiros, explica que essa ação é importante porque as plantas têm uma vida útil e, com a substituição dos pés com baixa produção e produtividade, é possível obter melhores resultados em futuras safras.

Segundo Medeiros, na propriedade da família Alf, a substituição será feita de forma gradual para manter as futuras produções, uma vez que um pé novo leva entre três a quatro anos para dar frutos. “Também é uma oportunidade para cultivar outras variedades que são mais produtivas e para aumentar a janela de colheita e ter mais tempo para colher”, avalia. Para fazer a renovação, é preciso apostar na análise do solo, adubação e em mudas de qualidade.

Com o novo plantio, os Alf pretendem investir em frutas laranjas que sejam destinadas para o consumo e não apenas para a produção de suco. Segundo Gerson, quando o pomar foi criado, há quase 40 anos, o comércio de laranja oferecia bons resultados e, de lá para cá, os objetivos também mudaram. Por isso, eles pensam em expandir o mercado para vender a fruta.

Produtores enviaram a última remessa de laranjas há cerca de duas semanas, no entanto, algumas frutas ficaram para o consumo da família (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

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