Lembram daquele momento em que os meninos e as meninas, com seu “corpinho de adulto”, mas com “cabeça de criança”, sentem-se freqüentemente desconfortáveis, desajeitados ou até vaidosos e passam a assumir uma atitude do “ser do contra” e “achar que sabem tudo”?
Esta é a adolescência, o período de transição entre a infância e a idade adulta, que se caracteriza por grandes mudanças físicas, psíquicas e de comportamento. Nesta época, as funções sexuais e reprodutivas também amadurecem: os seios estão bem desenvolvidos, o ciclo menstrual passa a ser uma constante: constata-se o surgimento do corpo de mulher. O “gurizão” passa a falar com voz grossa, o pênis e os testículos dobram ou triplicam de tamanho, a barba aparece e eis que um homem surge na casa.
Este processo da adolescência envolve a ruptura da fase da infância e a busca de uma identidade própria. Esta busca da sua própria autonomia às vezes é acompanhada de atitudes agressivas, incômodas e de contestação dos valores sociais e familiares. Esta é a fase da “aborrescência”. É uma época de muitas experiências novas, como a menstruação, a ejaculação, a primeira saída sem os pais, o primeiro beijo na boca, o “ficar”, a primeira relação sexual e assim por diante. Todas estas experiências são acompanhadas por sentimentos, emoções e conflitos, mas que são muito necessários para chegar a um desenvolvimento sexual adulto.
E os pais? Qual dever ser sua melhor atitude?
As diferenças entre as gerações muitas vezes trazem conflitos e dificuldades de comunicação com os jovens. Tem-se confrontos com crenças e ideias. A todo instante surge a necessidade de mostrar que estão certos no que pensam e na forma como agem. O importante é que o jovem aprenda a tomar suas decisões a respeito da sua sexualidade, de forma responsável. Não se pode dar-lhe liberdade total, mas, também não se deve refrear todas as suas atitudes.
O jovem terá que aprender a negociar comportamentos e limites sexuais. Estes jovens, ao buscarem sua autonomia e liberdade, na verdade estão na busca da sua maturidade. Porém, eles também devem aprender que seus atos poderão ter conseqüências como uma gravidez, as doenças sexualmente transmissíveis ou até dificuldades sexuais ou afetivas. Importante também é perceber quando o jovem passa a se isolar demais. Isto pode ser sinal de dificuldade.
A melhor atitude, tanto dos pais como dos adolescentes, consiste em procurar informações. Muitos livros fornecem explicações de forma muito simples e que podem ser compreendidos por todos. Não em revistas de conteúdo erótico, pois aqui a informação costuma vir distorcida, mas nas escolas, nas bibliotecas, nas livrarias, na internet (??) , etc.
O importante é ter-se em mente, que as tomadas de decisões sexuais dos adolescentes serão um reflexo direto da sua preparação psicológica, dos seus valores pessoais, das suas crenças e do raciocínio moral que o grupo familiar puder lhe transmitir. É preciso que o jovem aprenda a viver sem medo de conseqüências negativas do seu envolvimento afetivo. Para que isto aconteça, pais e filhos devem aprender juntos a viver estas novas experiências dos filhos. Isto pode ser difícil, porém deve ser tentado.