Toda pessoa que vai prestar um primeiro atendimento a um acidentado deveria ter um conhecimento mínimo de primeiros socorros e possuir um bom controle emocional. Além disto, deveria saber identificar o momento certo para iniciar a remoção de um doente e conhecer as diferentes formas de transportá-lo até o serviço médico de emergência. Deveria, também, ter condições para dominar as diferentes formas de descontrole emocional, como pânico, agressividade e simulações, que podem ocorrem tanto por parte da(s) vítima(s) como de outras pessoas presentes no local da ocorrência.
Mas em caso de acidente, o que fazer com a(s)vítima(s)?
Os primeiros dados a serem observados são os sinais vitais, pois são indicativos da presença de vida na vítima. Esta avaliação vai definir as prioridades no atendimento, tanto em situações muito complexas como em casos mais banais. Vejamos estas prioridades:
Primeira prioridade deve ser a avaliação da permeabilidade da via aérea. Em qualquer situação, a falta de ventilação é a condição de maior risco imediato no acidentado. A obstrução da via aérea, isto é, das narinas e da garganta, pode ocorrer por diversas causas, como quando pessoa está deitada de costas e a língua cai para trás, na presença de vômitos, sangue ou secreções na garganta ou, ainda, pela estrada de um corpo estranho.
Quando o indivíduo está acordado, o problema não é tão grave, entretanto, no paciente desacordado ou com diminuição do nível de consciência, a situação é bem mais complexa.
Dentro de uma segunda prioridade, deve ser avaliada a função respiratória. Neste contexto, deve-se conferir se as vias aéreas e os pulmões estão cumprindo com seu papel. Sabemos que a respiração é responsável pela captação do oxigênio e eliminação do gás carbônico. Se a respiração não for adequada, a oxigenação do sangue também não será adequada e a vítima terá problemas.
A respiração pode ainda se tornar deficiente em decorrência de ferimentos no próprio pulmão ou na parede torácica. Neste caso, o transporte para o hospital deve ser efetuado o mais rápido possível.
A terceira prioridade consiste em avaliar a Função circulatória. Isto pode ser feito pela contagem do pulso, que no adulto é de cerca de 80 batimentos por minuto e pela cor da pele e das mucosas da vítima. Pode-se também avaliar o volume do sangue circulante pela pressão arterial, pelo pulso mais fino e acelerado e pela sudorese fria. Uma confusão mental pode ser indicativa de diminuição de sangue no cérebro.
É importante estabelecer o nível de consciência do acidentado. É importante verificar se a vítima está alerta e se fala espontaneamente ou se apenas atende ao comando verbal. A vítima pode também atender apenas ao estímulo de dor ou ainda estar totalmente inconsciente. Tudo isto pode decorrer de uma serie de lesões no cérebro, que podem ser causados, seja pela diminuição do fluxo sanguíneo, ou pela presença de agentes tóxicos na circulação.