O trabalho no campo, independentemente da cultura, passa por transformações constantes com os avanços tecnológicos. Com o surgimento de máquinas e implementos, a força humana deu lugar aos maquinários, tudo isso graças a tecnologia que está presente dia a dia na vida dos agricultores. Os produtores de tabaco também têm visto de perto a inovação no desenvolvimento de ferramentas digitais e na mecanização da colheita. Em Venâncio Aires, famílias investem forte no avanço da propriedade.
Na lavoura da família Lucini, em Linha Tangerinas, no dia da colheita, uma máquina que ocupa quatro camalhões chama atenção em meio aos 120 mil pés de tabaco cultivados em 12 hectares. Os produtores se encaminham para a terceira safra com uma modernidade e conforto para aqueles que colhem o tabaco. A máquina, chamada de grilho colhedor ou apenas colheitadeira semimecanizada é uma novidade na localidade.
Há três safras, a máquina acompanha Adelmo Lucini, 55 anos, e o filho Fernando Lucini, 23 anos. “No primeiro ano, só conseguimos colher o baixeiro, pois depois veio o granizo e acabou com o tabaco. Ano passado estava muito molhado, não conseguimos aproveitar a funcionalidade da máquina por completo. Mas nessa safra estamos conseguindo ver de perto os resultados”, explica Fernando.
Conforme a família, a máquina se torna essencial para a colheita do baixeiro e as primeiras apanhas. “Quanto mais baixo, mais utilizável, assim a gente não judia das costas, não precisa se agachar, colhe sentado”, cita o jovem.
A máquina colhe o tabaco em quatro linhas, e o ‘piloto’ pode controlar a marcha, a velocidade, o espaçamento e a altura. O maquinário é movido a gasolina. São quatro bancos e, em frente a cada acento, tem um cesto, onde a pessoa que está colhendo vai largando o tabaco. No fim da linha, os cestos são retirados e trocados por outros vazios. “Com a máquina, garantimos maior qualidade de vida para quem trabalhar com a atividade”, elenca Fernando.
Rendimento
Pai e filho acompanhavam vídeos em uma página do Facebook que mostrava outras realidades de produtores de tabaco, há quatro anos. “A gente viu que produtores de Santa Catarina estavam falando muito bem dessa máquina e dos benefícios para o produtor e rendimento na safra. Nos interessamos. Em determinada ocasião fomos até o estado vizinho conferir de perto”, relembra o jovem produtor.
O maquinário foi adquirido em Santa Catarina, o investimento da família foi de aproximadamente R$ 25 mil reais e, até o momento, eles percebem a praticidade, o conforto e o alto rendimento. “Quanto maior a lavoura, maior o rendimento, sem contar no conforto da gente. É outra coisa colher fumo assim.”
Após a colheita, as folhas de tabaco são retiradas dos cestos de aproximadamente 60 quilos cada. São necessários de 100 a 115 cestos para encher uma estufa. O tabaco é grampeado. Com a técnica, não há a necessidade de costura e isso dá mais celeridade. Após, é colocado na prensa e na sequência vai para o período de cura por até sete dias.
Na propriedade, há duas estufas elétricas que garantem um tabaco de qualidade e utilizam menos lenha para a secagem. Pai e filho ainda mantêm em funcionamento as antigas estufas convencionais, – devido a grande quantidade de tabaco cultivados em diferentes estágios – nas quais as folhas são secas basicamente com a queima de lenha e controle manual da temperatura e úmida.
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