No último sábado, 24, um grupo de mais de 100 pessoas esteve na localidade de Lomba Alta, interior de Vale Verde, na propriedade de Dirceu e Décio Henkes, onde depositaram as cinzas do escritor e psicanalista João Gomes Mariante. O cerimonial foi conduzido pela ex-prefeita de Mato Leitão, Carmen Goerck, em parceria com o idealizador da cerimônia e presidente do Rotary Club Venâncio Aires, João Moacir Laufert Ferreira.
Estiveram presentes diversos rotarianos, como o presidente do Rotary Santa Cruz do Sul, Paulo Tavares; governador do distrito 2122 – Rotary Internacional, Tabajara Ramalho Andrade; presidente do Rotary Venâncio Aires Chimarrão, Fernando Heisler, e o vice-prefeito de Vale Verde, Roque Eisermann.
O professor, pesquisador e amigo de João Mariante, Josinei Ricardo de Azeredo, destacou que as cinzas do corpo foram depositadas naquele local, por intermédio de uma solicitação feita no seu testamento. “Ele escreveu que queria ter suas cinzas depositadas em Vale Verde”, contou Azeredo.
O vice-prefeito Roque Eisermann, que representou o Executivo Municipal na solenidade, elogiou a atitude promovida pelo Rotary, e disse que “depositar as cinzas deste ilustre cidadão vale-verdense, doutor João Gomes Mariante, em solo gaúcho, é uma homenagem justa, deste prócere da cultura e idealizador do Centro de Cultura, ao trabalho e obra, que deu visibilidade, influenciando no processo de emancipação dos distritos de Vila Melos e Monte Alegre”. Fica nosso reconhecimento por tudo que fez João Mariante, durante sua longa e plena vida, que passou de um século”, enfatizou.
Homenagem
O idealizador da cerimônia João Moacir Ferreira, lembrou que em 12 de junho de 1949, João Gomes Mariante passava a ser sócio-fundador do Rotary Clube Venâncio Aires. “Sabendo disso, o presidente do Rotary Clube Porto Alegre, Claudio Carvalho Mello e o empresário Ildo Buffon, foram os que cuidaram de Mariante nos últimos tempos. Então resolvemos fazer uma grande homenagem a ele, que foi um grande psicanalista e escritor, que publicou vários livros. Sendo assim, encontramos na família Henkes, proprietários da Fazenda Terezinha, aquilo que Mariante mais queria, que suas cinzas fossem deixadas em algum lugar especial em Vale Verde”, explicou.
Ele destacou que João Gomes era “um pai, um sábio, uma pessoa equilibrada, dedicado à cultura, muito trabalhador e um ser extraordinário”. Lembrou que Venâncio Aires, sempre o acolheu e o reconheceu, dedicando em 2018 o título de sócio-honorário e cidadão venâncio-airense, em uma conferência distrital de Rotary Internacional.
“Nós plantamos uma árvore junto com suas cinzas e deixamos um escapulário, porque ele era muito religioso. Por fim, escrevemos várias mensagens e colocamos em quatro balões com gás hélio e uma criança os soltou, os quais sumiram na eternidade. Mas provavelmente alguém irá encontrá-los, e dentro está o endereço de onde partiram”, contou Ferreira.
Ele agradece a todos que participaram do evento, aos organizadores, e principalmente aos anfitriões. “Na oportunidade todos compartilhamos um excelente almoço na fazenda, onde relembramos alguns capítulos da vida de João Mariante, e onde, comungamos de ideais, sonhos e realizações.”
Idealizador do Centro de Cultura
João Gomes Mariante deixou um legado cultural importante para Vale Verde, sendo o Centro de Cultura e Biblioteca Pública de Melos, o qual teve o prédio inaugurado no dia 24 de setembro de 1995. Hoje, o Centro de Cultura abriga uma biblioteca, um anfiteatro que serve para shows, apresentações artísticas, reuniões e outras finalidades. Também abriga a Secretaria de Educação, Cultura Desporto e Turismo.
A Prefeitura é a maior mantenedora do prédio, que é viabilizado por um comodato. As instalações possuem dois andares, 330 metros quadrados e têm uma arquitetura arrojada e diferenciada em Vale Verde.
Como o local possui uma extensa área verde, mesmo estando no centro da cidade, serve para realização de eventos como feira do livro, Cine Auto Show e eventos da municipalidade. O anfiteatro já recebeu momentos importantes, como a apresentação do documentário sobre a história de Vale Verde e o anúncio da 1ª Festa Luso-germânica, entre outros.
“Foi uma cerimônia nunca vista, pois nenhum Rotary, jamais fez uma homenagem a um filho dileto como foi João Gomes Mariante.”
JOÃO MOACIR LAUFERT FERREIRA
Rotariano e idealizador da homenagem